domingo, 20 de fevereiro de 2011

"SEM CONEXÃO - Governo da Líbia suspende serviço de internet"

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Manifestantes pró-governo seguram bandeira nacional e pôsteres com foto do líder Muammar Gaddafi em revide contra protestos de opositores que convocam adesões pela internet
REUTERS
20/2/2011
Em três dias de protestos contra o regime de Muammar Gaddafi, o país já conta com 84 mortos
Trípoli. O serviço de internet na Líbia foi cortado ontem, por volta das 2 horas da manhã (horário local), como informaram as agências internacionais de notícias. A rede vinha sendo utilizada por manifestantes para convocar a população às ruas e protestar contra o governo.

O problema é que a internet é uma das poucas maneiras disponíveis para que os líbios divulguem informações sobre a onda de protestos antigovernistas em uma das mais isoladas e repressivas nações da África.

De acordo com a Arbor Networks, empresa com sede nos Estados Unidos que monitora as conexões da rede, a Líbia se "desconectou de repente".

Desde a última terça-feira, dia 15 de fevereiro, o país está tomado por protestos contra o regime de Muammar Gaddafi, ditador líbio que está há 42 anos no poder. Milhares de protestantes se concentram, sobretudo, em cidades no Leste, região mais pobre do país. Eles pedem uma mudança política. As manifestações têm sido brutalmente reprimidas por milícias armadas e forças de elite.
Número de mortos
As manifestações na Líbia já somam 84 mortos, em três dias. As informações são da Human Rights Watch (HRW) que toma por base o número de consultas telefônicas em hospitais e testemunhas. "As forças de segurança de Muammar Gaddafi dispararam contra os cidadãos, que simplesmente pedem uma mudança", disse Joe Stork, responsável da HRW no Oriente Médio e no norte da África.

A Anistia Internacional acusa as autoridades do uso excessivo da força contra os manifestantes. Em Benghazi, o Exército tomou as ruas da cidade para controlar os movimentos antigovernistas. As forças de segurança mataram, ontem, 35 pessoas durante as manifestações de luto pela morte no dia anterior de 20 manifestantes nessa mesma cidade, 23 em Al-Baida, três em Ajdabiya e três em Derna.

Manifestantes oposicionistas foram ameaçados pelos comitês revolucionários, pilares do regime com uma resposta "violenta e fulminante". Guardas da prisão líbia de El Yedaida, perto da capital, Trípoli, mataram três presos que tentavam fugir, de acordo com informações das forças de segurança.

Conforme o jornal "Oea", protestantes capturaram dois policiais e os enforcaram em Al-Baida, a 1.200 quilômetros a leste da capital, próximo a Seif Al Islam, filho de Gaddafi.

Fuga
Ainda em Benghazi, a 1.000 quilômetros de Trípoli, uma fuga em massa de prisioneiros foi registrada em uma penitenciária, após uma rebelião.

Após os levantes registrados na Tunísia e no Egito, manifestantes de países do Oriente Médio promoveram novos violentos confrontos, na última sexta-feira. Os protestos populares são contra governos totalitários. O temor é de que a onda de distúrbios se espalhe para a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo.

Balanço
84 é o número de pessoas mortas por forças de segurança, na Líbia, nos últimos três dias de protestos antigovernistas em várias cidades do país para reivindicar mudanças políticas.
FONTE: DN.

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