quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"MANIFESTAÇÕES - Para presidente do Irã, revolta deve fracassar"

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Ahmadinejad deu entrevista ecoando os gritos de parlamentares que tinham pedido morte aos EUA
FOTO: REUTERS
16/2/2011
Ahmadinejad chamou os opositores de "inimigos" do país, e disse que os protestos devem acabar
Teerã. Em meio à forte repressão iraniana aos protestos da última segunda-feira no centro de Teerã, com ao menos dois mortos, e após o Parlamento ter jurado morte aos opositores que convocaram as manifestações, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que a revolta "vai fracassar".

A ameaça chegou horas após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter pedido "coragem" aos iranianos para que os protestos não sejam interrompidos.

Ecoando os gritos dos parlamentares que tinham pedido "morte aos Estados Unidos", "morte a Israel" e "morte a Mousavi e Mehdi Karroubi", líderes do reprimido movimento reformista, Ahmadinejad ameaçou os "inimigos" do país e disse que suas intenções de alimentar os protestos fracassarão.

"Está claro e evidente que a nação iraniana tem inimigos porque é um país que quer brilhar e alcançar seu pico, e quer mudar as relações (entre os países) no mundo", disse o presidente iraniano.

"Claro que existe muita animosidade, mesmo contra o governo. Mas eles (os organizadores dos protestos) vão fracassar", disse quando questionado sobre a reação aos protestos contra o governo. Duas pessoas morreram nas manifestações e muitos ficaram feridos, incluindo nove membros das forças de segurança, de acordo com informações das autoridades locais.

Os Estados Unidos e Irã não têm relações diplomáticas oficiais desde a Revolução Islâmica, em 1979. Washington lidera o grupo de países que acusa Teerã de manter um programa nuclear militar, acusação que os iranianos negam.

Sob influência americana, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou no ano passado uma rodada de sanções contra o país persa por suas atividades de enriquecimento de urânio.
Obama
Ontem, o presidente dos Estados Unidos criticou a postura do governo iraniano e disse que era irônico que Teerã tenha aplaudido as manifestações populares que derrubaram Hosni Mubarak no Egito, mas "prenda e golpeie quem quer se expressar livremente" no país.

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