sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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O petista Paulo Paim só recua se o governo discutir mudanças no fator previdenciário e o reajuste dos aposentados.
FOTO: AG. SENADO
18/2/2011
O senador Paulo Paim (PT-RS) quer antecipar o reajuste que deve ser concedido pelo Governo em 2012.
Brasília. Aliado da presidente Dilma Rousseff, o senador Paulo Paim (PT-RS) vai apresentar emenda no Senado para aumentar o valor do salário mínimo para R$ 560.

Apesar de integrar o partido de Dilma, que defende o valor de R$ 545, Paim é favorável ao aumento como antecipação de parte do reajuste que será concedido ao mínimo em 2012. "Se em janeiro vamos ter 14% de aumento no salário mínimo, por que não podemos antecipar 2,75% para subir aos R$ 560? Eu vou apresentar emenda neste sentido", afirmou.

O petista disse estar disposto a recuar somente se o governo discutir, paralelamente ao salário mínimo, mudanças no fator previdenciário e na política de reajuste dos aposentados, o que não está nos planos do Executivo neste momento.

O PT vai tentar convencê-lo a mudar de ideia até a próxima quarta-feira, dia da votação do projeto com o reajuste do salário mínimo no plenário do Senado. Mesmo sem discutir punições para a eventual dissidência, o líder petista Humberto Costa (PE) disse esperar "reciprocidade" de Paim, que, quarta-feira, foi indicado pelo partido para presidir a Comissão de Direitos Humanos do Senado. "As portas da coordenação política do governo estão abertas para o PT. O senador Paim não é exceção. O escolhemos para presidir a Comissão de Direitos Humanos, esperamos a reciprocidade", afirmou Costa.
Aprovação:
Mesmo com anunciadas dissidências, como a de Paim, o governo espera aprovar o salário mínimo de R$ 545 sem dificuldades no plenário do Senado.

Os líderes aliados trabalham para garantir 60 dos 81 votos na sessão. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), deverá ser o relator.

É certo que em pelo menos cinco partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff - PTB, PR, PDT, PSB e PCdoB - além do PMN, PRB e PSC, de um único senador - não haverá dissidência no apoio à proposta do Executivo. Nos maiores partidos aliado - PMDB, PT e PP - as dissidências são estimadas em apenas três peemedebistas e dois votos dos senadores gaúchos, Paulo Paim (PT) e Ana Amélia Lemos (PP). Em contabilidade conservadora, os líderes estimam um piso de 58 senadores favoráveis ao projeto.

A derrota do mínimo nos valores de R$ 560, defendida pelos sindicalistas, e de R$ 600, de iniciativa do PSDB, é dada como certa. "Não podemos iludir a opinião pública de que vamos vencer. Todos nós já sabemos que aqui vai se votar o que o governo mandar", afirma o senador Itamar Franco (PPS-MG).

Mas o tom dos discursos deverá incomodar mais o Planalto, por partir de parlamentares de maior peso político. "Na campanha eleitoral, tinham pleno conhecimento do mínimo de R$ 600 e não falaram nada, por falta de argumentos ou de coragem", provoca o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

É esperada na votação da proposta a apresentação de pelo menos três emendas: duas elevando o valor para R$ 560 e R$ 600, e a outra retirar o artigo que fixa os valores do Mínimo por decreto até 2015.
DISSIDÊNCIABancadas devem definir punição para ´traidores´

O Palácio do Planalto espera que as bancadas definam possíveis punições aos parlamentares que se rebelaram e votaram contra o projeto do Executivo. O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que espera que os partidos reúnam seus deputados e discutam o assunto.

Treze deputados aliados e dois petistas votaram por um salário mínimo maior do que R$ 545. Outros sete petistas não compareceram à votação. Entre os deputados do PT que votaram contra o governo, está o cearense Eudes Xavier. Tiririca (PR-SP) também votou por um reajuste maior.

"As bancadas saberão, evidentemente, fazer os encaminhamentos que julgarem pertinentes. Mas essa é uma questão e um debate que deve ser feito pelas bancadas", afirmou Luiz Sérgio.

Para o ministro, não é bom que haja divergências na hora da votação, principalmente no partido da presidente Dilma Rousseff.
"Coesão"
A presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com a aprovação pela Câmara dos Deputados do novo valor do salário mínimo, afirmou o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB).

"Ela ficou muito satisfeita e disse que foi uma demonstração de coesão e força política", afirmou Cabral após um encontro com a presidente.

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