terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"REVOLTA NO IÊMEN - Presidente diz que não renuncia pela força"

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Há 32 anos no poder, o ditador diz que só deixa o comando do país, por meio de eleições, daqui a dois anos manifestantes contrários ao governo de Ali Abdullah Saleh se reuniram na província de Sanaa
FOTO: REUTERS

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22/2/2011
SANAA. O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse que os manifestantes que exigem sua renúncia não poderão obter seu objetivo por meio da "anarquia e do assassinato". "Se querem o poder devem alcançá-lo pelas urnas", disse Saleh, há 32 anos no cargo, numa entrevista coletiva ontem em Sanaa, a capital.

Pelo menos 12 pessoas morreram em protestos desde quinta-feira (17) no país, um dos mais pobres do mundo árabe. Ontem, as forças de segurança mataram a tiros um adolescente na cidade portuária de Áden (sul). Outros quatro jovens que apedrejavam uma patrulha ficaram feridos.

Os protestos no Iêmen são parcialmente inspirados nas recentes rebeliões que derrubaram ditaduras no Egito e na Tunísia.

Saleh promete realizar reformas nas leis eleitorais e deixar o cargo em 2013, mas uma oferta de diálogo feita por ele foi rejeitada pelos partidos da oposição, que alegam não haver condições de negociar enquanto o governo usar a força contra os manifestantes.

Saleh também acusou a oposição de ser violenta. "Sim às reformas", disse ele aos jornalistas. "Não aos golpes e a tomar o poder por meio da anarquia e do assassinato. Vocês querem que o regime vá embora - então venham e se livrem dele por meio das urnas".
Proibição
Os ulemás do Iêmen (poderoso corpo de clérigos muçulmanos versados em leis e religião) proibiram o uso da força contra os manifestantes e condenaram as detenções arbitrárias e a tortura, em um comunicado divulgado ontem após uma reunião no momento em que as rebeliões populares se propagam pelo mundo árabe.

"Qualquer agressão contra os manifestantes é um crime", afirma o comunicado dos ulemás sunitas e os zaiditas , que também condenaram os ataques contra os membros das forças de segurança.

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