terça-feira, 2 de novembro de 2010

"Nacional, ALIANÇAS INTERNACIONAIS - Obama e Sarkozy cumprimentam nova presidente"

Nicolas Sarkozy assegurou à Dilma, em telefonema, sua disposição de aprofundar parcerias
FOTO: PHILIPPE WOJAZER/REUTERS

Os chefes de governo dos EUA e da França comprometeram-se a dar continuidade a tratados de cooperação

Brasília. Os presidentes dos Estados Unidos e da França, Barack Obama e Nicolas Sarkozy, respectivamente, telefonaram, na tarde de ontem, para a presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Os dois líderes cumprimentaram a petista pela vitória eleitoral.

Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirmou a Dilma que aguarda um encontro com ela em breve.

O presidente americano falou com a petista sobre energia limpa, crescimento econômico e a reconstrução do Haiti.

"Ele elogiou o povo do Brasil por sua fé e compromisso com a democracia. Ele também ressaltou a excelente relação de trabalho entre os Estados Unidos e Brasil, e seu compromisso em aprofundar esta cooperação e explorar novas áreas de colaboração", diz a Casa Branca.

De acordo com o assessor para Assuntos Especiais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, durante o telefonema Barack Obama declarou que gostaria de se reunir com a nova presidente em breve e desenvolver trabalhos conjuntos em áreas como energia limpa, crescimento global, ajuda à reconstrução do Haiti, esforços colaborativos de desenvolvimento, além de "várias outras questões de importância global".

Também em comunicado, o departamento de Estado dos EUA, comandado por Hillary Clinton, parabenizou Dilma Rousseff pela eleição.

"O processo eleitoral exemplar de novo ilustra a relação de longa data do Brasil para a governança democrática, os direitos civis e liberdades individuais; os valores que temos em comum", diz mensagem assinada, ontem, pelo porta-voz Philip Crowley.

Washington espera "aprofundar nossa parceria" com Brasília e "fazer avançar objetivos comuns para o bem de nossos dois povos e das Américas", acrescentou Philip.

Parceria francesa:
Já o presidente francês, Nicola Sarkozy, assegurou em seu telefonema para a presidente eleita sua disposição de dar continuidade ao aprofundamento da "parceria estratégica" estabelecida entre os dois países, informou o governo da França em comunicado.

Sarkozy manifestou sua "determinação pessoal e a vontade da França de continuar com o aprofundamento em todas as áreas da parceria estratégica entre os dois países, elevada a um nível estratégico há dois anos", segundo o comunicado do Palácio do Eliseu.

O governo brasileiro negocia a compra de caças de combate com a França, que participa de uma licitação com o caça Rafale, da Dassault.

Também estão na disputa para fornecer ao Brasil caças de combate para a renovação da frota de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) o sueco Gripen NG, da Saab, e o F-18, fabricado pela Boeing.

Cooperação:
"Washington vai fazer avançar objetivos comuns para o bem de nossos povos e das Américas"

Philip Crowley:
Porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos

RAÍZES PATERNAS:
Búlgaros fazem festa após resultado

Brasília. O presidente búlgaro, Gueorgui Parvanov, convidou, ontem, a presidente eleita brasileira, Dilma Rousseff, a visitar a Bulgária, o país de origem de seu pai. Parvanov destacou, em sua mensagem de felicitação, que a campanha e a eleição no Brasil foram acompanhadas com "um enorme interesse na Bulgária".

"A vitória de Dilma Rousseff encheu de orgulho o povo búlgaro", afirmou o presidente.

Parvanov também avaliou que Dilma Rousseff "não abandonará as amplas reformas começadas e empreenderá outras (...) para o interesse de toda a sociedade brasileira".

Orgulho:
Em Gabrovo, cidade natal do pai da petista, o prefeito Nikolaï Sirakov declarou acreditar que a vitória de Dilma Rousseff "inspirará orgulho e ânimo aos búlgaros". "Demonstra que quem luta consegue o que quer".

O pai de Dilma Rousseff, Petar Roussev, deixou a Bulgária em 1929 e inicialmente migrou para a França, depois para a Argentina e, por fim, se instalou no Brasil com o nome de Pedro Rousseff. A família que ficou para trás, incluindo sua esposa grávida, acreditava que ele havia morrido.

O principal site de notícias da Bulgária, o "Novonite", em inglês, informou a vitória de Dilma, destacando sua origem búlgara. A nova presidente brasileira foi alvo das atenções no país de origem de seu pai durante toda a campanha eleitoral.

Fotos da ex-ministra criança, jovem e adulta ilustraram as principais reportagens sobre a trajetória política de Dilma.

Na página na internet, foram publicadas várias reportagens sobre a ex-ministra - desde a vitória até a biografia, além de uma matéria sobre os parentes da presidente eleita que vivem na Bulgária e uma entrevista com o jornalista Momchil Indzhov, primeiro profissional de imprensa que entrevistou a nova presidente do Brasil.

Na principal reportagem de capa do Novinite, a informação é que Dilma será a primeira presidente do "quinto maior país do mundo em termos de território e população" e a "oitava maior economia global". Segundo a reportagem, a presidente foi eleita com a maioria dos votos dos mais pobres e da classe média.

Os textos sobre Dilma informam também que ela se comprometeu a manter os programas sociais de transferência de renda, iniciados pelo governo do presidente Lula.

ORIENTE MÉDIO:
Iraniano parabeniza vitória petista

Teerã. O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, manifestou, ontem, a vontade de manter boas relações entre Irã e Brasil sob a presidência de Dilma Rousseff, em uma mensagem de felicitações à presidente eleita no domingo (31).

"As relações entre Irã e Brasil se desenvolveram nos últimos anos e estou convencido de que sob vossa presidência estas relações continuarão se aprofundando", afirma Ahmedinejad na mensagem divulgada pela agência oficial Irna.

"A cooperação entre a República Islâmica do Irã e o Brasil foi muito boa sob a presidência de Lula e trouxe benefícios apreciáveis a nível bilateral, regional e internacional", destaca o presidente iraniano.

As relações entre Irã e Brasil foram valorizadas durante o governo Lula.

O Brasil se envolveu com a Turquia na questão nuclear e apresentou uma proposta de acordo entre o Irã e as grandes potências para tirar a situação da crise. Os dois países votaram em junho contra uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apresentada pela grandes potências e que impõe novas sanções econômicas ao Irã.

América do Sul:
Diversos presidentes da América do Sul também parabenizaram, ontem, Dilma Rousseff .

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos falou por telefone com Dilma e enfatizou seu "interesse pelo aprofundamento das relações entre ambos países e toda a América Latina".

Fernando Lugo, do Paraguai, também telefonou para a futura presidente, de acordo com o ministro da Justiça e do Trabalho, Humberto Blasco. "O presidente Lugo nos informou que falou por telefone com a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, para felicitá-la pela vitória eleitoral", destacou Blasco.

O presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a vitória de Dilma como um triunfo da democracia latino-americana. O venezuelano Hugo Chávez definiu a eleição da petista como uma "grande onda de justiça e igualdade social" que, segundo disse, atravessa toda a América Latina.

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