sábado, 27 de novembro de 2010

"Cúpula Sul-americana - Lula se despede da Unasul e é aplaudido de pé"

O presidente está sendo cotado para o cargo de secretário-geral da Unasul. Ele anunciou que o Brasil será uma espécie de “tutor” da Guiana quando o país estiver na presidência do bloco
FOTO: REUTERS

Em seu discurso, o presidente afirmou que a América Latina “tem mais soberania” hoje do que há dez anos

Georgetown, Guiana. Os chefes de Estado e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) participaram, ontem, na Guiana, de uma reunião de cúpula. Em sua despedida, o presidente Lula, que deixa o cargo no fim do ano, foi aplaudido de pé pelos colegas.

O carismático presidente brasileiro garantiu que a América Latina hoje tem “mais soberania e autodeterminação” que há dez anos e pode entrar em cúpulas internacionais “com a cabeça erguida”.

“Agora, o mundo sabe que andamos com a cabeça erguida e damos prioridade aos nossos países. Nossa América não era pobre apenas porque os estrangeiros nos tornaram pobres, mas porque, século após século, tivemos uma elite que só dava valor ao que vinha de fora”, afirmou Lula no discurso.

Os líderes da Unasul discutiram questões como a forma de aumentar a integração e a sucessão de seu secretário-geral, o falecido Néstor Kirchner. Eles também aprovaram uma “cláusula democrática” que visa a prevenir golpes de Estado na região. Os países vítimas de golpes poderão sofrer sanções.

A Unasul não escolheu o seu novo chefe e continuará avaliando candidatos que gerem o consenso dos países membros. Vários nomes estão sendo considerados, como o do ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez e o do próprio presidente Lula.

Tutor:
Com receio de uma crise que comprometa o futuro da Unasul, o Brasil, numa iniciativa incomum, será uma espécie de tutor da Guiana quando o país exercer a presidência rotativa da entidade, em 2011.

Dois diplomatas brasileiros serão enviados pelo governo para ficar sediados em Georgetown, capital do País, e “orientar” as atitudes do vizinho. A “ajuda” foi anunciada por Lula ontem. Um dos motivos principais para a fragilidade da entidade é o fato de o Congresso do Brasil ainda não ter ratificado o tratado de criação da Unasul. Por isso, o órgão ainda não existe formalmente.

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