quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"AMEAÇAS DO NORTE - Coreia adverte para guerra"

Bombeiros examinam escombros de prédios atingidos pelo ataque da Coreia do Norte contra ilha sul-coreana
FOTO: REUTERS

Coreia do Norte afirma que está "pronta para abrir fogo"; mais dois corpos de civis sul- coreanos são achados

Seul, Coreia do Sul. A agência oficial da Coreia do Norte afirmou, ontem, que a região está "à beira de uma guerra" depois da "provocação militar irresponsável" da vizinha Coreia do Sul e também por adiar o envio de ajuda humanitária aos norte-coreanos. A declaração vem um dia após do bombardeio do Norte contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong.

Ontem, a Coreia do Sul encontrou os corpos queimados de dois moradores da ilha, elevando para quatro o número de mortos no ataque, sendo dois militares. Outras 18 pessoas ficaram feridas.

A Coreia do Norte afirmou ainda que está "pronta para abrir fogo" e que o país vizinho está "arruinando o processo de melhoria das relações intercoreanas, bloqueando as conversações mediadas pela Cruz Vermelha e conduzindo a situação para a iminência de uma guerra, ao seguir uma política de confronto com a Coreia do Norte".

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, foi duramente criticado, ontem, por não ter dado uma resposta firme ao ataque. No entanto, a Coreia do Sul não tem interesse em um conflito sério com a vizinha, com quem está tecnicamente em guerra após o armistício que encerrou a guerra de 1953. Embora a empobrecida Coreia do Norte provavelmente perca qualquer guerra, um confronto militar de larga escala em um território tão próximo causaria dano enorme ao Sul.

China:
Pressionada pelos Estados Unidos para controlar a Coreia do Norte, a China, única aliada do país comunista, manifestou sua "dor e pesar" a respeito dos quatro sul-coreanos mortos. Mas o Ministério das Relações Exteriores chinês continuou a evitar uma tomada de um partido claro e pediu ao Norte e ao Sul que retomem o diálogo e se ofereceu a trabalhar com os dois governos para resolver o "preocupante incidente".

As declarações contrastam com a resposta chinesa ao mortífero afundamento do navio de guerra sul-coreano Cheonan, em março, por um submarino norte-coreano. A China então foi lenta ao oferecer os pêsames públicos à Coreia do Sul, irritando Seul.

REAÇÃO:
EUA e Seul farão manobras conjuntas

Washington. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciam no próximo domingo um exercício naval no mar Amarelo em reação ao bombardeio norte-coreano contra uma ilha sul-coreana.

Na frente diplomática, Washington exortou Pequim a adotar uma posição mais firme com a Coreia do Norte.

Para liderar as manobras, Washington deslocou o porta-aviões nuclear USS George Washington (75 aeronaves e 6 mil tripulantes), estacionado numa base no Japão.

A realização dos exercícios, com duração prevista de quatro dias, foi decidida em conversa por telefone entre o presidente americano, Barack Obama e o seu colega sul-coreano, Lee Myung-bak.

A Coreia do Sul também anunciou, ontem, a interrupção da ajuda humanitária ao Norte, que já estava bastante reduzida, com uma média mensal de US$ 500 mil, quase tudo em alimentos. Em março, Seul já havia interrompido quase todo o comércio com o vizinho após o afundamento do navio militar sul-coreano Cheonan. Pyongyang nega que tenha torpedeado a embarcação.

Agora, o único laço econômico importante é o encrave industrial da Coreia do Sul na cidade norte-coreana de Kaesong, perto da fronteira. São 121 empresas que empregam 44 mil norte-coreanos.

Em Seul, algumas dezenas manifestantes queimaram a bandeira da Coreia do Norte e fotos do ditador Kim Jong-il enquanto exigiam uma resposta mais dura ao bombardeio de anteontem.

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