segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"COP 16 - Lula cancela ida a reunião climática"

O presidente desistiu de comparecer à conferência porque nenhum chefe de Estado europeu estará presente
FOTO: REUTERS

Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua viagem para a Conferência do Clima (COP 16) em Cancún, no México. Oficialmente, a justificativa é a "intensa agenda doméstica no fim do ano".

No entanto, a verdadeira razão é o esvaziamento absoluto do encontro, já que nenhum chefe de Estado europeu vai comparecer. Mesmo querendo, Lula não teria com quem negociar a agenda ambiental.

Com a desistência, o presidente decidiu comparecer à 10ª Cúpula Ibero-Americana, nos próximos dias 3 e 4, em Mar Del Plata (Argentina), e deverá levar consigo a presidente eleita Dilma Rousseff para apresentá-la aos demais chefes de Estado da região.

Estrela do encontro em Copenhague, no ano passado, o presidente acreditava poder levar adiante as conversas que se iniciaram na COP 15 e não foram vingaram. Na Dinamarca, o Brasil foi um dos principais negociadores e saiu com crédito por ter feito propostas que poderiam ter levado a um acordo, não fosse a intransigência de países como Estados Unidos e China.

A COP 15 era encarada como a maior oportunidade para fechar um acordo internacional, o que não aconteceu. Neste último ano, o interesse pelo tema diminuiu e a COP 16 se tornou um encontro totalmente esvaziado. Lula, que contava com Cancún para ser o seu último grande ato de negociação como presidente, desistiu.

Desafios:
Para a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, existe a possibilidade de uma convergência de ideias no encontro de Cancún. Ela acredita que vá se repetir o êxito obtido da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, da Organização das Nações Unidas (ONU), encerrada em Nagoya, no Japão. "Tenho uma visão otimista e pragmática em torno de pontos que devem avançar", disse a ministra, logo após participar do Fórum Biodiversidade pós COP-10, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) e pela companhia Syngenta.

Na avaliação da ministra, um dos desafios que devem ser enfrentados por Dilma é colocar em prática as metas estabelecidas em Nagoya, onde foi assinado o protocolo de acesso e divisão de benefícios para a preservação de plantas e animais.

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