terça-feira, 30 de novembro de 2010

"DOCUMENTOS VAZADOS - EUA: Brasil oculta terrorismo"

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, prometeu divulgar mais documentos nos próximos meses
FOTO: REUTERS

Nos relatórios, Dilma Rousseff é citada como a responsável pelo arquivamento de projeto de lei contra o terror

Washington. Documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos divulgados no último domingo pelo site WikiLeaks revelam que as autoridades brasileiras prenderam "vários indivíduos engajados em supostas atividades de financiamento do terrorismo", mas basearam sua detenção em acusações diferentes para "não chamar a atenção da imprensa e dos altos níveis governamentais".

As informações estão contidas em um relatório enviado pelo então embaixador da missão americana no Brasil, Clifford Sobel, às autoridades norte-americanas em 8 de janeiro de 2008 referente à política brasileira em relação ao combate ao terrorismo.

Os documentos americanos ainda apontam a presidente eleita, Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil, como a responsável pelo arquivamento de um projeto de lei contra o terrorismo em novembro de 2007. "Alguns relatos noticiosos sugeriram que a poderosa chefe de gabinete do presidente Lula enterrou o projeto de lei, que tinha sido atacado por alguns ativistas sociais e grupos que temiam que a lei fosse usada contra eles e o compararam à repressão da era militar", afirma o relatório.

China:
Outra rodada de documentos vazados afirma que a China já sinalizou que está pronta para aceitar a reunificação coreana e está, de maneira privada, se afastando do regime comunista da Coreia do Norte, que, segundo o governo chinês, "age como uma criança mimada".

Segundo os relatórios, a China invade computadores do governo americano e de aliados ocidentais, do Dalai Lama e de empresas norte-americanas desde 2002.

Reação americana:
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que o vazamento representa "um ataque à comunidade internacional" e "um atentado a interesses estrangeiros da política dos Estados Unidos".

A secretária ainda afirmou que novas medidas de segurança serão tomadas para evitar mais vazamentos. "Esse tipo de violação não pode e não acontecerá novamente", garantiu.

O secretário de Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, informou que abriu uma investigação criminal contra o WikiLeaks.

Holder acrescentou que o governo condena o vazamento, que "põe em perigo não só indivíduos e diplomatas, mas também a relação que temos com nossos aliados no mundo todo".

O secretário não explicou, contudo, como será realizado o processo judicial, já que o WikiLeaks, em uma estratégia justamente para evitar estes procedimentos, se classifica como uma organização transnacional e mantém uma ampla rede de advogados para proteger seus funcionários e suas fontes.

Seu editor, Julian Assange, não visita os Estados Unidos desde o vazamento, em abril de 2010, de um vídeo de 2007 que mostra um helicóptero do país disparando contra um grupo em Bagdá, matando dois funcionários da agência de notícias Reuters. Ele receia ser preso. O presidente americano, Barack Obama, ordenou que todas as agências do governo revejam seus procedimentos de segurança para proteger informações confidenciais.

O que os EUA pensam:

Hugo Chávez:
O presidente da Venezuela seria um "louco" que "nem o Brasil pode apoiar"

Cristina Kirchner:
Hillary pediu informações sobre o estado mental da presidente argentina e questionou se ela tomava remédios

Silvio Berlusconi:
O premiê italiano seria "frágil física e politicamente", que não descansa apropriadamente por causa das "festas e orgias selvagens" que dá até altas horas da madrugada

Dmitri Medvedev:
Os documentos dizem que o presidente russo é "apenas o Robin do Batman", que seria o premiê Vladimir Putin, também chamado de "macho alfa"

Ali Khamenei:
O líder supremo do Irã teria leucemia em estado terminal e, segundo os documentos, pode morrer em breve

Muammar Kadhafi:
O ditador da Líbia não pode viajar se não o fizer acompanhado de uma "voluptuosa enfermeira ucraniana". Ele teria medo de pernoitar em andares altos de edifícios e usaria botox

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