terça-feira, 9 de novembro de 2010

"CONSELHO DE SEGURANÇA - Obama apoia Índia para vaga"

O presidente Barack Obama também pediu ao primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, uma reaproximação da Índia com o Paquistão, o que foi rejeitado
FOTO: JASON REED/REUTERS

Brasil também almeja assento permanente no órgão da ONU; Lula afirma que EUA "são apenas uma voz"

Nova Délhi. O presidente Barack Obama anunciou, ontem, seu apoio a um assento permanente para a Índia no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Nos anos seguintes, eu espero ansiosamente por um Conselho de Segurança das Nações Unidas reformado que inclua a Índia como membro permanente", afirmou Obama em sua primeira visita oficial à Índia.

Por outro lado, Obama alertou que a Índia teria que assumir um papel mais responsável em assuntos internacionais, como pressionar o governo de Mianmar para adotar a democracia. "A Índia constantemente se esquivou de alguns desses assuntos. Mas falar por aqueles que não tem voz não é interferir nos assuntos de outros países", afirmou o presidente.

O apoio a Índia vem num momento em que o país compete cada vez mais com a China pelos recursos globais, da África à América Latina. No entanto, sua assertividade econômica vem frequentemente acompanhada por uma diplomacia cautelosa em assuntos como Mianmar e as relações com o Irã.

O Conselho de Segurança da ONU, responsável pelas decisões mais importantes da organização, sempre teve cinco membros permanentes com poder de veto desde que o órgão foi criado, mas essa composição foi criticada por não refletir a divisão de poder no século XXI. Os cinco assentos pertencem a Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia, com direito a veto. Há ainda outros dez membros não permanentes. O Brasil é outro que almeja uma reforma no Conselho.

Repercussão:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que os Estados Unidos são "apenas uma voz" de um total de cinco outros países dentro do Conselho de Segurança da ONU e que o Brasil conta com o apoio de França, Inglaterra e China para integrar o órgão. Ele chegou a Maputo, em Moçambique, sem saber do apoio dado por Obama à entrada da Índia no conselho.

Ao ser questionado pelos jornalistas, ouviu uma explicação rápida do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que fez questão de dizer que a decisão dos Estados Unidos era positiva antes de Lula passar a responder sobre o tema.

O presidente afirmou, no entanto, que espera que a partir de agora, Obama faça de seu apoio à Índia um compromisso e consiga impulsionar mudanças na ONU. A formação do Conselho de Segurança é a mesma da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Lula se mostrou favorável ao ingresso do país asiático no grupo. Segundo ele, todos os continentes precisam estar representados e que a dúvida deveria ser quantos países de cada continente passariam a integrar o organismo.

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