sábado, 2 de outubro de 2010

"Nacional, DEFESA DE RORIZ - Advogado pede investigação de ministros do STF"

Joaquim Roriz, que desistiu de concorrer ao governo do DF, e sua esposa, Weslian Roriz, que o substituiu na campanha.

Eri Varela, advogado de Joaquim Roriz, diz que filha e genro de ministro tentaram extorquir o ex-candidato ao governo

Brasília - O advogado Eri Varela, representante do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), protocolou ontem um pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte investigue o ministro Carlos Ayres Britto. Segundo Varela, o ex-governador e ex-candidato ao governo do DF teria sido extorquido pela filha e genro do ministro do STF.

No documento, Vilela alega que o casal Adriano José Borges Silva e Adriele Pinheiro Ayres de Brito, respectivamente genro e filha do ministro, teria pedido R$ 4,5 milhões a Joaquim Roriz. Em troca, o nome do casal constaria como advogados de defesa do ex-governador, o que impediria Ayres Britto de votar no julgamento do recurso de Roriz sobre a aplicação da lei da Ficha Limpa nas eleições de amanhã. O casal já havia feito a defesa de Roriz quando o ex-governador entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com Eri Vilela, o ministro Carlos Ayres Britto sabia da negociação.

Vilela alega que, caso Joaquim Roriz tivesse aceitado o negócio, Ayres Britto ficaria impedido de votar, já que os nomes de sua filha e genro constariam no documento. O resultado do julgamento da última semana teria ficado em quatro votos a favor e cinco contra a aplicação da lei da Ficha Limpa nas próximas eleições, validando assim a candidatura de Roriz. O julgamento ficou empatado em cinco votos a cinco. Ayres Britto era o relator do caso e ainda pedia a aplicação da lei no pleito deste domingo.

Diante do impasse, Joaquim Roriz decidiu retirar a candidatura ao governo do DF e colocar sua mulher, Weslian Roriz, em seu lugar. O STF arquivou o pedido de recurso de Roriz, já que ele desistiu de concorrer.

Eri Varela anexou ao pedido a gravação do áudio de três fitas, com aproximadamente 50 minutos de gravação, em que Roriz aparece negociando valores com o genro de Ayres Britto. Nas fitas, Roriz afirma não obter todo o dinheiro pedido por Adriano.

Segundo Varela, as gravações foram feitas no escritório de Roriz sem que o ex-candidato soubesse. "É um sistema de auto-proteção", afirmou.

O advogado de Roriz também pediu que o STF investigue o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do TSE. Para Vilela, Lewandowski teria se apressado em despachar o documento da corte eleitoral para o STF, eliminando assim os nomes do genro e da filha de Ayres Britto. "Depois de cinco dias sem movimentação, o recurso foi requisitado pelo ministro Lewandowski, que o despachou em apenas dois minutos, quando viu o nome da filha e do genro de Ayres Britto no processo", disse.

Ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro Ayres Britto negou qualquer envolvimento com a negociação e disse que o genro deve responder às acusações.

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