"Internacional, APÓS RESGATE - Chile promete mais segurança"

Visita do presidente: Sebastián Piñera esteve no Hospital de Copiapó, ontem, onde conversou com os mineiros e os desafiou a um jogo de futebol. "Quem perder vai voltar à mina", brincou. Três trabalhadores já receberam alta médica

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Presidente Sebastián Piñera garantiu que "nunca mais um mineiro trabalhará em condições de risco no país"

Copiapó. Um dia após o resgate dos 33 mineiros, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que "nunca mais um mineiro trabalhará em condições de risco no país". "Não podemos garantir que não haverá mais acidentes. Mas podemos garantir que nunca mais se trabalhará em condições tão desumanas como na mina San José", disse ele, que visitou os mineiros no Hospital de Copiapó.

Sobre o custo da operação de resgate, Piñera disse que o valor flutua entre US$ 10 e US$ 20 milhões e que "cada peso foi bem gasto".

Entre outros temas que devem ser debatidos com os 33 trabalhadores, o presidente ressaltou que o futuro da cápsula Fênix 2, o dispositivo que desceu 78 vezes ao interior da mina para resgatar os 33 mineiros, será decidido em reunião com o grupo. "É um patrimônio da humanidade", classificou Piñera.

O líder agradeceu ainda a todos os governos estrangeiros que ajudaram nas operações, principalmente os Estados Unidos, cuja agência espacial, a Nasa, foi responsável pela criação da Fênix 2 e por diversos outros aspectos da engenharia utilizada nas operações.

Em tom de brincadeira, Piñera disse ainda que no dia 25 de outubro haverá um jogo de futebol entre os trabalhadores da mina e a equipe do Palácio La Moneda, e que "o time que perder vai voltar à mina".

O ministro chileno da Mineração, Laurence Golborne, afirmou que as perfurações feitas para o resgate serão fechadas com concreto. Os equipamentos utilizados para as operações serão retirados.

O processo, segundo Golborne, deve levar em torno de 15 dias para ser concluído. Além do duto por onde os trabalhadores foram retirados, duas outras perfurações chegaram a ser feitas como planos alternativos.

Quanto ao futuro da mina de San José, onde os mineiros ficaram presos por 69 dias após o desabamento do dia 5 de agosto, o ministro disse que "o governo não decidirá o que fazer, mas estou disposto a participar".

Saúde:

Ontem, os mineiros amanheceram bem dispostos e puderam voltar a se expor em ambientes claros, informou um médico do Hospital de Copiapó.

Três deles tiveram alta ainda ontem. O esquema inicial previa que os mineiro ficariam internados por, pelo menos, 48 horas, para exames e outros procedimentos - que incluem até cirurgia dental. Um dos operários de mais idade sofria de silicose e apresentou pneumonia aguda, mas ambas as situações já foram controladas.

Segundo os relatórios médicos, foi registrado apenas um caso de saúde fragilizadas. Um dos operários de mais idade sofria de silicose e apresentou pneumonia aguda, mas ambas as situações já foram controladas pela equipe médica.

O subdiretor médico do Hospital de Copiapó para onde eles foram transferidos, Jorge Montes, afirmou que "a maioria dos mineiros se comportaram muito bem do ponto de vista médico". O profissional confirmou ainda que os operários estão recebendo supervisão psicológica, e muitos deles "evoluíram perfeitamente bem". "A situação que se tem sobre o estado de saúde dos 33 mineiros é bastante auspiciosa", completou.