terça-feira, 19 de outubro de 2010

"CONSELHO DE SEGURANÇA - China teria violado sanções"

O presidente Mahmoud Ahmadinejad afirma que quer retomar negociações sobre o programa nuclear iraniano.
REUTERS

Jornal dos EUA afirma que empresas chinesas forneceram tecnologia para fabricação de mísseis ao Irã.

Washington. O governo dos Estados Unidos acredita que várias empresas chinesas estejam violando as sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã e provendo ao país tecnologia para a produção de mísseis e o desenvolvimento armas nucleares, segundo matéria publicada ontem pelo jornal americano "Washington Post".

Segundo um funcionário americano, que falou ao jornal sob anonimato, uma delegação americana liderada pelo assessor de não proliferação do Departamento de Estado, Robert J. Einhornn, entregou uma "lista significativa" de empresas e bancos supostamente envolvidos a Pequim.

Ainda de acordo com a fonte, o governo de Barack Obama considera as atividades dessas companhias uma violação às sanções da ONU, mas não acredita que foram autorizadas pelas autoridades chinesas.

Nas negociações para a aplicação da novas sanções ao Irã, a China foi, ao lado da Rússia, o país que mais resistiu a um recrudescimento nas relações com o país, mas ao final votou pela aplicação das punições.

A China mantém grandes investimentos no setor de energia iraniano, interessada principalmente no fornecimento de petróleo para sustentar o seu celerado crescimento econômico.

O governo dos Estados Unidos adota cautela ao pressionar o país por suas relações com o regime iraniano devido à lista de temas em que os dois países precisam colaborar, de economia à mudança climática.

"Meu governo vai investigar o assunto levantado pelos EUA", afirmou Wang Baodong, porta-voz da Embaixada da China, segundo o "Post". A fonte, ainda de acordo com o jornal, não revelou o nome de nenhuma das empresas supostamente envolvidas.

Punições:
Em junho, o Conselho de Segurança aprovou uma nova rodada de sanções contra o Irã, aumentando as restrições e as punições a empresas e bancos que contribuam com o programa nuclear iraniano.

As punições foram aplicadas depois que as potências nucleares rejeitaram, em maio, uma proposta de acordo mediada por Brasil e Turquia para a troca de urânio iraniano pouco enriquecido por material para o reator médico do país, em Teerã. Desde então, não houve mais conversas a respeito de um entendimento diplomático.

No último domingo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, endossou a retomada das negociações com as potências nucleares em resposta à proposta da chanceler da União Europeia (UE), Catherine Ashton, de realizar uma cúpula em meados de novembro em Viena, na Áustria.

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