sábado, 9 de outubro de 2010

"AOS PRESIDENCIÁVEIS - Marina apresenta carta com dez propostas"


Marina foi criticada por integrantes da cúpula verde por suas declarações sobre a voracidade por cargos.
FOTO: SERGIO MORAES/REUTERS

A senadora deu a entender que pode não se reunir com os dois candidatos, já que tornou pública sua proposta.

São Paulo. A candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, apresentou ontem uma carta com dez pontos que gostaria de ver discutidos pelos candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no 2º turno. O documento resume a plataforma de governo do PV e dá ênfase questões ligadas a meio ambiente, educação e saúde.

A senadora deu a entender que pode não se reunir mais com os dois presidenciáveis, como ela havia admitido no início da semana. "O gesto está feito. Há uma abertura para o diálogo, mas não cabe a nós dizer que vai haver um encontro. Eles podem ter conhecimento sem se encontrar conosco". A carta não faz menção à polêmica sobre a liberação do aborto, que marcou a campanha de Marina, e tem dado o tom do início do segundo turno. Segundo a senadora, as opiniões de Dilma e Serra sobre o assunto já seriam de conhecimento público.

Ela informou que a convenção nacional do PV, marcada para o dia 17, está mantida. O presidente do partido, José Luiz Penna, desautorizou colegas que pretendiam decidir o rumo do PV no segundo turno já no dia 13, em reunião da Executiva Nacional em Brasília.

Marina e Penna se esforçaram para demonstrar entendimento e não quiseram comentar as rusgas abertas pelas declarações da senadora contra o fisiologismo e a negociação de cargos em troca de apoio.

O fato é que as críticas de Marina provocaram uma rebelião no comando do partido. Próxima ao PSDB, alas da sigla ameaçaram boicotar a convenção d dia 17 e anunciar apoio a José Serra na semana que vem, à revelia da ex-presidenciável.

Marina foi duramente atacada em reunião marcada por Penna, em Brasília. Participaram cerca de 20 pessoas, algumas com cargos no governo paulista e na Prefeitura de São Paulo, administrada pelo DEM. A senadora não foi chamada.

No encontro fechado, o grupo acusou a candidata derrotada à Presidência de desrespeitar a cúpula do partido, ao qual se filiou em agosto de 2009. "Todos ficaram indignados", disse Marcos Belizário, secretário municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo.

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