quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"Nacional, VORACIDADE POR CARGOS - Marina ataca José Serra e PV"

Marina atacou a gula por cargos de integrantes do PV e disse que não vai se apequenar.
FOTO: NACHO DOCE/REUTERS

Marina manifestou incômodo com a sugestão de que apoiaria Dilma por gratidão ao presidente Lula.

São Paulo - Em reunião fechada com aliados, a candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, atacou ontem a gula de dirigentes do partido por cargos e afirmou que não vai "se apequenar´´ nas negociações do segundo turno.

Ela se mostrou irritada com a intenção do núcleo da campanha de José Serra (PSDB) de oferecer quatro ministérios em troca do apoio do PV.

Em tom de ironia, Marina criticou o fisiologismo de parte da cúpula verde, sugerindo que a oferta seria alta demais para alguns dirigentes de seu partido. "Quatro ministérios pro PV... Caramba! Do jeito que tem gente aí, basta pensar num conselho de estatal, já estaria muito bom. Certo? Tem esse tipo de mentalidade´´, disse ela. A senadora reclamou do assédio a aliados e prometeu não curvar à "velha política´´, referindo-se à oferta de espaço no futuro governo. "Quem estiver oferecendo cargo não entendeu nada do que as urnas disseram. As pessoas que votaram na gente têm uma coisa de postura, de valores que foi identificada. Isso deve ser mantido como referencial´´, disse.

Ela afirmou que os 19,5 milhões de votos no primeiro turno aumentaram sua responsabilidade e insistiu que ela e seus apoiadores não podem "se apequenar´´ nas conversas com PT e PSDB.

"Nós sabemos que esse movimento é maior do que nós. Não podemos nos apequenar como vão querer´´, disse. Marina também manifestou incômodo com a sugestão de que ela apoiaria Dilma Rousseff (PT) no segundo turno por gratidão ou amizade ao presidente Lula, indicando que não cederá a um apelo emocional do ex-chefe.

SEGUNDO TURNO:
Decisão sairá só no dia 17

O PV marcou para o dia 17, em São Paulo, a convenção que decidirá os rumos do partido no segundo turno da eleição presidencial.

Antes do encontro, a candidata derrotada, Marina Silva, vai se reunir com os dois candidatos, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), e entregará um documento com os principais pontos de seu programa que ela espera ver incorporados às plataformas dos ex-concorrentes.

Participarão da convenção cerca de 80 delegados com direito a voto. Por insistência de Marina, 15 vagas serão de colaboradores da campanha, religiosos e militantes do "movimento Marina Silva", mesmo que não sejam filiados ao PV.

O acordo foi anunciado em entrevista pelo presidente do PV, José Luiz Penna, pelo coordenador da campanha, João Paulo Capobianco, e pelo presidente do PV-RJ, Alfredo Sirkis.

Capobianco deixou em aberto a possibilidade de o PV se declarar neutro, como Marina tem indicado.

"A convenção não é para definir aliança, é para definir posição. Há uma corrente forte que defende a não-aliança" Segundo os participantes, a ideia é que o partido saia unido da convenção, mas quem discordar da decisão poderá apontar outra solução em caráter pessoal, sem usar o nome ou a logomarca do partido.

´Esse é um momento maravilhoso para o partido e queremos impregnar o programa do futuro presidente do Brasil´, destacou José Luiz Penna durante a coletiva, deixando claro que o PV não abrirá mão das propostas feitas pela candidata Marina Silva, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com quase 20 milhões de votos. Marina afirmou que seu apoio será decidido em conjunto. Sobre a possibilidade de participar na propaganda eleitoral, a senadora foi evasiva. "É a posição que eu vou assumir que vai definir."

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