segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"CAMINHADA - Movimento em defesa da vida, contra aborto"

Praia de Iracema: mulheres grávidas e mães com filhos pequenos no colo participaram da caminhada, que é itinerante. Elas lembraram que cabe às mulheres zelar pela vida.
FOTOS: ALANA ANDRADE

No Ceará, o ato público contou com adesão de 15 entidades, entre igrejas, associações e movimentos sociais.

"Vida sim" e "Aborto não". Esses eram os dizeres expostos em camisas e nas barrigas de mulheres grávidas durante a 2ª Caminhada em Favor da Vida por um Brasil sem Abortos, realizada, ontem, na Praia de Iracema. O propósito da mobilização é de impedir a legalização do ato.

Com organização do Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida Brasil Sem Aborto e pelas ONGs Movimento Internacional Pela Vida (Movida) e Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência (MovPaz), a marcha é classificada como suprapartidária e interreligiosa.

Assim, ela se configura como um ato ecumênico e é voltado para além de lideranças religiosas e comunitárias, mas para pessoas de diferentes ideologias, classes sociais que defendem a vida, de acordo com o coordenador da Caminhada em Favor da Vida e do MovPaz, Clóvis Nunes.

No Ceará, o evento contou com adesão de 15 entidades. Por ser uma cidade com grande número de apoiadores do movimento, Fortaleza foi escolhida para sediar a marcha, que é itinerante, pela segunda vez.

A caminhada percorreu o trajeto de 600 metros, da Igreja de São Pedro até a estátua de Iracema, no Aterrinho. "A importância do movimento está em conclamar pela implantação de políticas públicas voltadas para a prevenção de gravidezes indesejadas que evitaria 99% dos casos. Todo aborto é fruto de gravidez indesejada", alerta o coordenador do MovPaz.

O aborto no Brasil, que é considerado crime, está em votação para se tornar legal. De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Fernando Férrer, existem dez projetos em tramitação no Congresso. "Há uma falsa premissa de que o aborto defende os menos favorecidos. O bem maior é a vida", enfatiza.

Para Clóvis Nunes, o aborto passa por questões éticas, sociais e biológicas. Segundo ele, atualmente, uma quantidade numerosa de pessoas quer preservar a vida. "Desde 2005, quando o ato não foi legalizado por um voto, surgiram movimentos contra interesses econômicos e políticos que defendem o aborto. Cerca de um milhão de mulheres utilizam a prática no Brasil por ano e a maioria acontece de maneira clandestina".

Sentimento da sociedade:
Conforme o presidente do Movida e do Comitê Cearense Brasil Sem Aborto, Fernando Lobo, a caminhada transmite o sentimento da sociedade que é contrária à legalização do aborto. "Temos de passar essa mensagem aos governantes", coloca. Já para a coordenadora do Centro Espírita Manoel Filomeno de Miranda, Rosa Eliane Cortês, o movimento é uma maneira de conscientizar, principalmente os jovens. "A vida é inalienável".

A administradora de empresas, que está grávida, Luciana Portela, diz que cabe, sobretudo às mulheres, zelar pela vida. "Não é possível proteger a vida quando não há respeito pela do próprio filho. Enquanto houver aborto não haverá paz".

LINA MOSCOSO
REPÓRTER DN.

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