sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Cidade, ATENÇÃO - Surto de conjuntivite na Capital"

Colírio lubrificante, compressa gelada e anti-inflamatório são algumas das medidas recomendadas por oftalmologistas a serem adotadas por pacientes com a enfermidade
FOTO: ALANA ANDRADE

Mau hábito de não higienizar as mãos regularmente propicia a propagação da doença, segundo especialistas

Vermelhidão nos olhos, irritação, coceira, secreção amarelada e sensação de areia na vista. Esses sintomas, na maioria das vezes, são sinais claros de conjuntivite. A doença é comum no período chuvoso, no entanto, engana-se quem pensa que em tempos de muito calor está imune à infecção.

O Hospital de Olhos Leiria de Andrade, referência em urgência oftalmológica no Estado, tem registrado um aumento no número de casos da doença nos últimos 30 dias. Segundo a médica Jusvânia Patrícia Leal, "de cada 100 pacientes que atendemos diariamente, 30 correspondem a casos da doença, o que não é normal para o período. Já no primeiro semestre, os registros foram inferiores".

Conforme o médico oftalmologista Evânio Martins, os pacientes são acometidos pelo tipo viral da doença, que segundo ele não tem uma razão de ser. "Se fosse a conjuntivite do tipo alérgica poderíamos associar a floração do caju".

Para o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), David Lucena, as mudanças climáticas propiciam o surgimento de grandes infecções e o calor altera o sistema imunológico da população, que fica predisposta a contrair doenças. "As altas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem em ambientes fechados como com ar condicionado, perto de ventiladores, o que facilita a transmissão da doença. Fora que o calor, em demasia, facilita as infecções".

No ano passado, o surto de conjuntivite na Capital começou em março. Somente no Hospital de Olhos Leria de Andrade, foram registrados 900 casos da doença. Em abril, o número aumentou para mil casos e, em junho, último mês da quadra invernosa, o hospital registrou o maior número de pessoas infectadas, 3.700. Para 2010, os números ainda não foram contabilizados estatisticamente, porém a equipe do hospital afirma também se tratar de um surto.

Lucena acrescenta que o mau hábito dos cidadãos em não higienizarem as mãos regularmente, também propiciam a propagação da doença. "No Brasil costumamos abrir as portas de banheiros coletivos e estabelecimentos sem sequer usar um papel, quando na verdade essa prática deveria mudar". De acordo com o oftalmologista, além da conjuntivite viral, existe a alérgica e a bacteriana.

Ele explica que nem todo olho vermelho é conjuntivite, o sintoma pode estar relacionado a infecções mais graves como glaucoma, inflamação na córnea, entre outros problemas. Por isso o médico recomenda que o doente procure imediatamente um oftalmologista, e faça o tratamento adequado.

"Para a conjuntivite viral geralmente usamos colírio lubrificantes, compressa gelada, e em alguns casos anti-inflamatório. A pessoa que suspeitar estar com a doença deve lavar as mãos regularmente e procurar o especialista o mais rápido possível", alertou Lucena.

THAYS LAVOR
REPÓRTER

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