sábado, 4 de setembro de 2010

"PROPAGANDA DISFARÇADA - Mulheres devem estar no poder, defende Lula"

Em visita a Expointer, no Rio Grande do Sul, Lula cumprimenta uma das expositoras com um beijo na mão
FOLHA PRESS

O presidente disse que a mulher não veio de passagem nas políticas. "E se permitirem, elas podem comandar"

Santa Maria (RS). Sem citar o nome da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a solenidade de inauguração de obras em universidades gaúchas para defender as mulheres no poder.

Em discurso para cerca de 3 mil pessoas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no interior do Rio Grande do Sul, Lula afirmou que as mulheres já correspondem a 51% dos doutores formados no País. "A historia de neurônios a menos, de sexo fraco, era coisa do machismo arraigado na cabeça dos homens que governaram esse mundo. A mulher não veio de passagem pelo planeta, não veio de passagem pela universidade, não veio de passagem no comando das empresas, nos grandes escritórios e muito menos nas políticas. Elas vieram para ficar e, se permitirem, elas podem comandar", discursou, sob gritos de "Dilma, Dilma, Dilma" da plateia de estudantes, professores e autoridades locais, além do ministro da Educação Fernando Haddad.

Mesmo sem falar em Dilma, o presidente falou de eleições. Lula criticou os políticos que, em época de eleição, se aproximam dos pobres, e disse que eles têm uma "deficiência mental". "O político tem uma deficiência mental. Na época de eleição, ele anda na rua, de carro aberto, abraça todo mundo. Todo político em época de eleição fala mal de banqueiro, fala mal de empresário e fala bem de pobre, não tem nada mais sagrado que pobre em época de eleição. Coloca uma criança rica e uma criança pobre na frente de um político e ele vai logo na pobrezinha. Mas depois quem vai jantar com eles são os ricos e não os pobres", criticou, afirmando que somente em seu governo sem-teto e mendigos puderam entrar no Palácio do Planalto. -

Aproveitando a cerimônia de inauguração de obras em sete campi em quatro universidades federais gaúchas (UFRGS, UFSM, FURG e Unipampa), que aconteceu simultaneamente em quatro cidades, Lula relembrou os investimentos feitos e educação durante os oito anos à frente do governo. O presidente acusou os governos anteriores de temerem o diálogo com estudantes e reitores de universidades. "No Brasil, nem presidente, nem ministro se reuniam com estudantes ou reitores. Não sei por que o medo do ministro da educação, que tinha até sido reitor. É inacreditável. Possivelmente era o mesmo medo que os presidentes tinham de receber prefeitos. Imagine o absurdo:, sou presidente, mas não recebo reitores, não recebo prefeito, , trabalhadores, que diabo eu estou fazendo na Presidência da República?", disse.

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