quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Internacional BLOQUEIO ECONÔMICO - Cuba acusa Obama de endurecer embargo

O ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, afirmou que Obama ficou abaixo das expectativas
FOTO: REUTERS

Chanceler cubano acusou o governo Obama de aumentar a aplicação de multas e a perseguição financeira

Havana. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou, ontem, que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não apenas manteve, mas intensificou o embargo comercial contra a ilha de governo comunista.

O chanceler denunciou que o governo de Obama aumentou em 2009 a aplicação de multas contra as empresas que fazem negócios com Cuba e a perseguição contra as transações financeiras da ilha em bancos de terceiros países.

"A política de bloqueio dos últimos dois anos, ou seja, sob o governo do presidente Obama, não mudou nada. Pode-se dizer, inclusive, que em alguns aspectos no último ano o bloqueio foi endurecido, foi reforçado", acusou Rodríguez.

"O presidente Obama tem ficado, em matéria de política para Cuba e em particular na política de bloqueio e subversão, abaixo das expectativas criadas na comunidade internacional e na própria opinião pública norte-americana", acrescentou o chanceler.

Rodríguez fez as declarações em Havana, ao apresentar um informe sobre o impacto do embargo, que, segundo Cuba, custou 751 bilhões de dólares à economia do país desde sua aplicação, em 1962, para forçar a mudança do governo da ilha.

"É uma peça de museu da Guerra Fria. É uma política que fracassou durante 50 anos", ressaltou o ministro sobre o embargo dos Estados Unidos.

Obama prometeu "relançar" as relações com Cuba, mas afirmou que não suspenderia o embargo antes que as autoridades comunistas da ilha mostrassem avanços em matéria de direitos humanos.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votará no dia 26 de outubro uma moção de condenação ao embargo, apoiada há duas décadas por uma grande maioria de nações.

Obama aliviou ligeiramente o embargo, autorizando as viagens e envios de remessas dos exilados cubanos e as operações de empresas de telecomunicações. Além disso, restabeleceu o diálogo sobre assuntos de migração, que havia sido interrompido pelo seu antecessor, George W. Bush.

As relações, entretanto, esfriaram depois da detenção em Havana, em dezembro de 2009, do contratista norte-americano Alan Gross, suspeito de espionagem, de acordo com o governo cubano. O subsecretário de Estado americano para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, afirmou na última terça-feira que a detenção de Gross impede o diálogo entre as duas nações.

Rodríguez foi questionado duas vezes por jornalistas sobre a situação do contratista, mas se limitou a responder que o embargo era um ato unilateral e devia ser suspenso de forma incondicional e imediata.

As sanções econômicas contra a ilha foram impostas em 1961, pouco depois de Washington ter encerrado relações diplomáticas com Cuba em resposta à decisão de Fidel Castro de expropriar propriedades norte-americanas e implementar políticas socialistas.

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