terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Internacional TRAGÉDIA NA VENEZUELA - Acidente mata 15 pessoas"

O piloto Ramiro Cárdenas, que está entre os mortos, teria perdido o controle do avião, mas as causas exatas do acidente ainda vão ser investigadas pelas autoridades
FOTO: GLOBOVISIÓN/REUTERS

Trinta e seis pessoas sobreviveram; aeronave sofreu grandes danos e pegou fogo ao tocar a terra.

Caracas. Um avião da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa com 51 pessoas a bordo caiu no Estado de Bolívar, no sudeste da Venezuela. Catorze pessoas morreram e 36 sobreviveram ao acidente. A aeronave caiu por volta das 10h locais (11h30 de Brasília). O governo local decretou três dias de luto no Estado de Bolívar.

O avião ATR-42 voava da Ilha de Margarita (norte) em direção a Puerto Ordaz (leste) com 51 pessoas a bordo entre passageiros e tripulantes. O problema surgiu a cerca de 10 quilômetros de Puerto Ordaz, pouco antes da aterrissagem, de acordo com as autoridades locais.

A aeronave sofreu grandes danos, praticamente partiu-se ao meio e pegou fogo ao tocar a terra. Rapidamente, os serviços de emergência chegaram ao local do acidente.

"Infelizmente, há mortos, mas, ao observar o estado em que ficou o avião, acho que tivemos sorte", explicou o ministro dos Transportes e das Comunicações, Francisco Garcés. "A situação está sob controle", acrescentou Garcés, indicando que a intervenção imediata impediu uma tragédia maior.

O piloto Ramiro Cárdenas, que está entre os mortos, pode ter "perdido o controle", afirmou o governador de Bolívar, Francisco Rangel Gómez, que explicou que a tripulação teve tempo de se comunicar com a torre de controle para indicar os problemas técnicos que o avião apresentava. "Mas ainda não temos as causas exatas", acrescentou o governador.

Garces, chegou a dizer à emissora estatal de televisão que havia 43 passageiros e quatro tripulantes a bordo do avião, que partira da Ilha Margarita rumo a Puerto Ordaz. Posteriormente, porém, autoridades afirmaram que havia 47 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 51 pessoas a bordo.

Segundo um porta-voz da empresa de aviação francesa ATR, a fabricante do avião "está trabalhando em estreita colaboração com a companhia aérea e com as autoridades para compreender as causas do acidente".

Um hospital de Puerto Ordaz recebeu 21 feridos e dois corpos. De acordo com o diretor do hospital, vários feridos estão em estado grave e nove estão fora de perigo. O diretor também pediu que os venezuelanos doassem sangue para as vítimas.

O governador de Bolívar afirmou que desde o primeiro momento está recebendo apoio do governo do país. Um avião da Força Aérea da Venezuela com suprimentos cirúrgicos foi enviado a Puerto Ordaz para socorrer os feridos.

Rangel Gómez ressaltou ainda que o avião caiu nas instalações da siderúrgica estatal Sidor, mas que não houve feridos entre os trabalhadores nem danos materiais na usina, a maior da região andina e do Caribe. Informações indicam que o avião caiu em um pátio onde havia apenas lixo siderúrgico. Os trabalhadores da empresa foram os primeiros a socorrer os passageiros.

Histórico

O último grande acidente aéreo na Venezuela ocorreu em fevereiro de 2008, quando um avião ATR 42-300, da companhia Santa Bárbara, caiu na região dos Andes. Os 43 passageiros e três tripulantes morreram.

O avião partiu da cidade de Mérida, 500 Km a sudoeste de Caracas, e seguia para o Aeroporto Simón Bolívar, em Caracas, capital venezuelana. A aeronave bateu contra uma montanha da cordilheira andina, a cerca de 10 Km de Mérida e a 4.200 metros de altitude. A área do acidente, um terreno íngreme, registrava temperaturas entre dois e quatro graus Celsius no momento da queda.

A Conviasa é uma companhia aérea estatal venezuelana nascida em 2004 que realiza voos nacionais e também com destino a Teerã, Damasco, Buenos Aires e vários pontos do Caribe.

O ATR-42 atinge 555 Km/h, tem capacidade para entre 44 e 50 passageiros e tem autonomia de voo de 1.611 Km.

Fundada em 1981, a ATR tem sede em Toulouse e emprega 850 funcionários. É líder mundial nesse tipo de avião, com cerca de 58% das vendas, contra 42% de sua rival, a canadense Bombardier. A empresa esteve à beira de fechar no começo dos anos 2000 devido à competição com os jets regionais.

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