Símbolo do terror: Mono Jojoy tinha 62 ordens de prisão por homicídios, sequestros e terrorismo.
ARIANA CUBILLOS/AP
Mono Jojoy, chefe militar da guerrilha, foi morto em bombardeio da Força Aérea Colombiana no centro do país.
Bogotá. O presidente colombiano Juan Manuel Santos anunciou, ontem, a morte do chefe militar das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jorge Briceño Suárez, 57 anos, conhecido como Mono Jojoy. Ele foi assassinado durante um bombardeio da Força Aérea Colombiana no departamento de Meta, centro do país.
Segundo fontes militares consultadas pela emissora, pelo menos outros 20 integrantes do grupo armado que acompanhavam o chefe foram mortos na ação, que teria sido iniciada no começo da semana.
Santos classificou a morte de Jojoy como a queda de um "símbolo de terror" e afirmou que se trata de uma notícia histórica para o país. "É como se dissessem aos nova-iorquinos que Osama Bin Laden caiu. Ele estava há 35 anos gerando terror entre os colombianos", afirmou o presidente, que está em Nova York.
Participaram da operação 30 aviões de combate e 16 helicópteros, assim como 250 homens de todas as forças armadas (Exército, Polícia, Força Aérea e Marinha), e foram usadas bombas inteligentes.
Briceño tinha pelo menos 62 ordens de prisão emitidas pela justiça colombiana por homicídio, sequestro e terrorismo, bem como cinco condenações à revelia e também pesava contra ele um pedido de extradição por narcotráfico por parte dos Estados Unidos, que ofereciam uma recompensa de US$ 5 milhões por sua cabeça.
Monojojoy era membro do secretariado das Farc, a instância máxima política e militar da organização, sendo considerado o líder da chamada "linha dura" da guerrilha. Sua visão estratégica para a guerra e o sangue frio permitiram uma ascensão rápida nas fileiras dos insurgentes. Logo, ele estava no comando operacional de importantes ações em La Macarena, área onde morava em um acampamento das Farc e onde morreu em bombardeio.
As forças armadas haviam intensificado desde o início do ano a busca por Briceño. Agora, todos os esforços estarão voltados para a captura de Alfonso Cano, o máximo chefe das Farc, que aparentemente estaria ao sul da Colômbia.
O ministro colombiano da Defesa, Rodrigo Rivera, mandou uma mensagem para Cano. "Entregue-se. Garantimos sua vida em nossa ordem jurídica".
As Farc travam há 46 anos uma luta armada contra o Estado colombiano, e atualmente têm 8 mil combatentes, segundo o Ministério da Defesa.
Fique por dentro
Guerrilheiro era mito
Victor Julio Suárez Rojas, nome verdadeiro de Jorge Briceño Suárez, era um mito nas Farc, de que era membro desde 1975, e um dos guerrilheiros mais radicais. Rojas era conhecido como Mono Jojoy por sua habilidade para escapar do Exército na selva, monojojoy é uma espécie de larva que tem capacidade de fugir dos predadores da selva. Ele era acusado de sequestrar Ingrid Betancourt e de criar "campos de concentração" na floresta.
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