terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Internacional META DE CAMPANHA - Obama anuncia fim da guerra"

Apesar do término do conflito no Iraque, o presidente Barack Obama ressaltou a importância de manter soldados no Afeganistão, onde os insurgentes talebans ameaçam a segurança

Ao lado de veteranos, presidente afirma que as tropas americanas deixarão o Iraque até o próximo dia 31 de agosto.

Washington. Após sete anos de um conflito que mobilizou 1 milhão de soldados americanos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o fim da guerra do Iraque. Até o dia 31 de agosto todas as forças de combate deixarão o país, e uma equipe de transição com 50 mil tropas ficará em solo iraquiano até o fim de 2011.

Ao lado de veteranos de diversas guerras que os Estados Unidos travaram com outros países, Obama relembrou que o fim do conflito estava de acordo com suas metas de campanha. "Deixei claro que em 31 de agosto terminaríamos nossa missão de combate no Iraque. E isso é exatamente o que vamos fazer, como prometemos, e dentro do prazo", afirmou.

O presidente disse ainda que os esforços estão mudando, e que a partir de agora os combatentes gradativamente darão lugar aos diplomatas, até que no fim do ano que vem as forças de segurança do próprio país estejam treinadas para assumir totalmente o controle.

Os problemas enfrentados pelo país, no entanto, parecem longe de acabar. O índice da violência no Iraque voltou a subir no mês de julho, no qual morreram 535 pessoas, muito acima dos 284 mortos em junho passado, informaram, ontem, fontes do ministério iraquiano do Interior. O mês foi o mais letal nos últimos dois anos no país. Entre os falecidos se encontram 89 policiais e soldados iraquianos, dos quais 34 morreram em Bagdá. Do total de mortos, 176 perderam a vida em ataques na capital. Os Estados Unidos rejeitam as estatísticas e afirmam que menos de 200 soldados morreram no último mês.

Em seu discurso, Obama também negou os números e disse que "o nível de violência no Iraque é hoje um dos mais baixos desde o início da guerra".

Ausência de governo

Outro motivo de dúvida quanto à estabilização do Iraque é a incapacidade de instalar um governo que seja reconhecido por todas as facções políticas. O país ainda não conseguiu formar um governo quase cinco meses após as eleições de 7 de março, quando venceu a aliança Al Iraqiya (O Iraquiano), liderada pelo ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, que conseguiu 91 das 325 cadeiras do Parlamento unicameral.

Em seguida se situaram as coalizões Estado de Direito, presidida pelo atual primeiro-ministro, Nouri al Maliki, com 89 deputados; e a Aliança Nacional Iraquiana, antiga parceira do governo de al Maliki, com 70 assentos. A Aliança Curda, com 43 cadeiras, é a quarta força do Parlamento.

A aliança de Allawi e a de al Maliki disputam o direito de serem as encarregadas de formar o novo Executivo. A primeira por ter sido a vencedora das eleições de março e a segunda por formar, após um acordo com a Aliança Nacional Iraquiana, a bancada mais numerosa.

Nova geração

Para Obama a guerra do Iraque provou a existência de uma "nova geração" de líderes americanos. "Nossas tropas enfrentaram insurgentes, terrorismo e diversos desafios", argumentou o presidente.

Falando aos veteranos, Obama agradeceu a militares que lutaram e chefiaram tropas durante os sete anos do conflito. "Mais mulheres foram testadas em combate no Iraque do que em qualquer outra guerra", ressaltou o líder americano.

Apesar do término dos combates no Iraque, Obama reiterou a importância de manter as tropas na guerra do Afeganistão, onde os insurgentes talebans aumentam a pressão nos conflitos. "Foi no Afeganistão e nas aldeias tribais que a Al Qaeda planejou e treinou terroristas que executaram as 3 mil mortes no dia 11 de setembro", disse.

Defendendo a manutenção do Exército dos EUA no Afeganistão, Obama disse que seu governo jamais permitirá que a Al Qaeda seja bem sucedida em perpetrar um novo atentado em solo americano.

Fique por dentro
Conflito de 7 anos

As tropas americanas e de outros países aliados foram enviadas ao Iraque em 20 de março de 2003 por decisão do presidente George W. Bush. Alegando que o país então governado por Saddam Hussein possuia armas de destruição em massa que representavam um risco especialmente para os EUA, ainda abalados pelos atentados de 11 de setembro de 2001, Bush decidiu invadir o Iraque, mesmo sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Ele recebeu o apoio do Reino Unido, Espanha, Itália e Portugal. Cerca de um ano após a invasão, sem encontrar as mencionadas armas de destruição em massa, Bush mudou seu discurso e passou a afirmar que a ocupação fazia parte de um plano para libertar o país e garantir a democracia e a paz mundial.

FONTE: DN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário