quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"MAIS FISCALIZAÇÃO - Deputados denunciam abuso no Estado todo"

Fernando reclama ação efetiva do Ministério Público e da própria Justiça Eleitoral para inibir os compradores
FOTO: KELLY FREITAS

Além da compra de votos, ontem foi denunciado chantagem de servidores públicos para elegerem parentes

O deputado Fernando Hugo (PSDB) pediu mais rigor na fiscalização da eleição no Estado. De acordo com o parlamentar, não há controle dos gastos que os candidatos estão fazendo. Além disso, há a compra de votos, prática que vem crescendo no Interior do Estado.

Fernando Hugo defende que o Ministério Público (MP), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) sejam mais rigorosos com a fiscalização e travem discussões sobre o assunto. "Não se pode deixar passar a limpo uma eleição sem controle de gastos, com compra de votos e chantagem. As campanhas milionárias estão aí, será que só nós estamos enxergando? "

O tucano destaca que os gastos com as campanhas são tão absurdos que há candidatos a deputado com comitês maiores do que o do governador Cid Gomes (PSB), que disputa a reeleição. Além disso, alerta que nunca existiu de forma tão acentuada a compra de votos quanto agora.

Moralidade

O deputado Osmar Baquit (PSDB) confirma. Segundo ele, é comum ver candidatos com bolsas de dinheiro distribuindo com o povo. "Isso é um assalto à moralidade, a ética e aos bons costumes da política. Gente que nunca prestou serviço quando aproxima o pleito aparece como salvador da pátria, mas ao invés de levarem esperança, levam muito dinheiro", condena.

De acordo com o deputado Gomes Farias (PSDC), há casos piores de cooptação de votos, em que prefeitos são obrigados a votar em parentes de conselheiros de tribunais de conta para conseguirem aprovar seus balanços. "Isso é uma imoralidade", denunciou.

De acordo com o deputado Nelson Martins (PT), líder do Governo na Assembleia, o derrame de dinheiro nas campanhas pelo Interior ocorre de maneira aberta sem nenhum pudor. Para ele, o País já atingiu um grau de maturidade e de consciência suficientes para resolver esse problema, através de uma reforma política.

Ele é um dos que defendem o financiamento público, com a criação de um fundo público exclusivo de campanha que disponibilizaria algo em torno de R$ 1,5 bilhão para serem gastos no período eleitoral. Tal valor, explica, seria distribuído proporcionalmente entre os partidos de acordo com sua representação no Congresso Nacional.

O parlamentar argumenta que a influência econômica que existe hoje no processo eleitoral é muito maior que este valor e tal medida facilitaria o processo de fiscalização e reduziria a prática desse crime. "É preciso tomar atitude urgente", disse.

O deputado Welington Landim (PSB) observou que a propaganda eleitoral, na televisão e no rádio, ajudará o eleitor a escolher os candidatos baseado nos serviços prestados e nas propostas apresentadas, ressaltando a necessidade das pessoas reconhecerem quais deles querem prestar um bom trabalho e fazer campanha de alto nível.

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