domingo, 22 de agosto de 2010

"A POLÍTICA (LHA) BRASILEIRA"

Foi dada a partida. Faltando aproximadamente um mês e meio para a data crucial, 03 de outubro, corruptos e corruptores se debatem em uma briga psicológica de "quem engana quem". O político corrupto e ficha suja, figura típica da "politicalha" brasileira, faz suas "contas" de quanto será necessário gastar para abocanhar mais um cargo público de relevante importância política-administrativa. Enquanto isso, o analfabeto político (aquele descrito por Berthold Brecht) faz suas "contas" de quanto vai apurar neste pleito. É um jogo entre corruptos e corruptores! O político mostra o bolso (recheado); o eleitor ignorante e chantagista, o título eleitoral. E a batalha continua...

O político, comprador de voto, desconfia do eleitor que vende seus direitos. Este, por sua vez, fica a pensar se irá mesmo votar naquele político que lhe deu um "agrado", ou vai aceitar o "agrado" de um outro candidato, aumentando assim o seu "faturamento". Ambas as partes cometem crime, atentam contra a sociedade. O político porque usa dinheiro público (dinheiro do povo) para fins eleitoreiros; o eleitor porque vende seus direitos em troca de uma quantia insignificante e que por direito já lhe pertence. Esta batalha é um jogo de cartas marcadas: nunca os eleitores saem vencedores. Tendo em vista que os postulantes a cargos eletivos não medem esforços financeiros para ganharem a "parada". O dinheiro não é deles mesmo! Já o eleitor analfabeto, por mais que "arrecade" de um e de outro, não conseguirá quantia suficiente para suprir o descaso público em relação à falta de saúde, educação, saneamento, políticas públicas para a juventude, cultura, lazer, etc. É importante ressaltar que a nossa democracia ainda é uma criança, mas já está na hora de andarmos a passos mais longos e firmes, para evitarmos este "teatro democrático", encenado de dois em dois anos.


O processo eleitoral brasileiro é uma contradição: se por um lado, é um dos mais modernos e seguros do mundo, em função do uso da urna eletrônica e de softwares avançados; por outro, possui uma legislação falha e antiquada que permite que "atores sujos" continuem atuando como protagonistas da cena política brasileira. A Lei da Ficha Limpa foi uma decepção nacional. Advinda de um projeto de iniciativa popular, coisa rara neste País, acabou ganhando uma outra conotação, diferente do que pretendia os seus mentores, ou seja, a sociedade brasileira. Ainda não há uma interpretação unânime sobre a aplicação da Lei. Enquanto Ministros do Supremo Tribunal Federal e Tribunais Regionais Eleitorais não se decidem sobre uma postura única, os candidatos de mãos e, principalmente, bolsos sujos, escapam de maneira elegante. É uma pena! Temos a sensação de que moramos no "País da piada pronta", onde nada é levado a sério pelas instituições e figuras públicas que deveriam zelar pelo nosso bem-estar.

Texto enviado para o blog camocimonline, pelo leitor de Coreaú, Francisco Alcimar Albuquerque Parente.

(Funcionário Público e Acadêmico de Ciências Contábeis).

Nenhum comentário:

Postar um comentário