segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Debate da TV O POVO esquenta o clima"

O clima esquentou entre os candidatos ao Governo do Estado, no primeiro debate promovido pela TV O POVO. Os candidatos Marcos Cals (PSDB), Cid Gomes (PSB) e Lúcio Alcântara (PR) ''relembraram'' apoios mútuos. Cid não se intimidou com os constantes ataques e partiu para cima dos adversários

Giselle Dutra
Robson Braga

O passado veio à tona e, com ele, comparações entre os três últimos governadores. No primeiro debate da história da TV O POVO, ocorrido ontem à noite, o clima esquentou a disputa pelo Governo do Estado, com direito a cobranças por coerência, “acusações” de apoios mútuos passados e confronto de dados, principalmente entre os três candidatos com história ligada ao PSDB: o governador Cid Gomes (PSB), que concorre à reeleição, o ex-governador Lúcio Alcântara (PR) e o candidato Marcos Cals (PSDB).


A surpresa maior ficou por conta de Cid que, depois de não comparecer ao debate da última quinta-feira promovido pela TV Jangadeiro, ontem adotou postura agressiva para rebater os ataques.


O golpe mais incisivo foi para cima do candidato tucano - direcionado, também, ao ex-governador e hoje senador Tasso Jereissati (PSDB). A pergunta era sobre turismo, feita por Soraya Tupinambá, do Psol. Mas Cid utilizou o tema para comparar seu governo ao último de Tasso: “O governo, o último do PSDB, sem ser o anterior a mim, gerou 71 mil empregos. Nós geramos só este ano, 87 mil”.


Daí, foi um bate-rebate. Cals afirmou que os números estão errados e que, ao contrário do que Cid disse, o número de empregos caiu este ano. Cid volta a comparar os números aos do “governo que o senhor defende”, olhando para Cals. E o tucano responde “que nós defendemos”.


Aí foi a vez de Cals se voltar para Lúcio e questionar propostas objetivas do candidato do PR para Segurança Pública, com a provocação de que no último debate, Lúcio “falou, falou”.


Também em tom irônico, Lúcio respondeu “eu falei, falei e você não ouviu, não ouviu”. E fez críticas ao atual governo e lembrou ações de sua administração.


Já em suas considerações finais, Cid provocou mais uma vez os adversários ao lembrar que “o Ceará não começou há três anos e meio”. Mas ponderou que herdou coisas boas e ruins.


Depois, Cid voltou a criticar “governos do PSDB” alegando que não concederam nem reajuste da inflação aos servidores públicos. Cals se despediu na sequência, mas optou por não responder a provocação.


A primeira provocação por coerência do debate também partiu da candidata do Psol a Marcos Cals. Ao tecer críticas à política para a educação pelo atual Governo, ouviu de Cals a concordância. Daí, ela reclamou de onde “ele parte”, uma vez que há poucos meses, o tucano integrava o atual Governo. “Agora você se posiciona como se não tivesse nada a ver com isso”.


Soraya foi além e citou a aliança que se chegou a cogitar entre o senador e candidato à reeleição, Tassso Jereissati (PSDB), com a candidatura de Cid. “Se talvez nós tivéssemos três vagas para o Senado nas coligações, sua candidatura não se expressaria”, atacou.


Cals pediu direito de resposta, mas não foi atendido porque a comissão julgadora do debate considerou que não houve ofensa pessoal ao candidato na afirmação de que ele participou do Governo Cid Gomes.


Na contramão das provocações, o candidato do PV, Marcelo Silva, optou por ressaltar o desenvolvimento sustentável do Estado e reforçou sua campanha ligada à da candidata a presidente do PV, Marina Silva.

BASTIDORES

Notinhas e curiosidades sobre os bastidores do primeiro debate da história da TV O POVO

Logo no primeiro bloco, quando Lúcio Alcântara (PR) respondia à pergunta feita pela produção do debate, faltou energia na sede do jornal - que fica em local diferente do da TV O POVO. A equipe que fazia a cobertura a partir da Redação, então, passou a ouvir o debate por rádio, e fazer as anotações sob a luz dos telefones celulares. Mas logo a energia voltou.

Durante todo o debate, assessores e marqueteiros acompanharam a transmissão em um estúdio ao lado. Cada grupo em seu canto, muitos não largavam o Twitter. Nos intervalos entre um bloco e outro, assessores de comunicação e marqueteiros conversavam com os candidatos. Segundo Júlio Filgueira, da equipe de marketing de Lúcio Alcântara (PR), as palavras levadas ao candidato nos intervalos são de apoio e avaliação positiva.


RETIFICAÇÃO
Ao fim do debate, o candidato Lúcio Alcântara (PR) fez questão de esclarecer à imprensa que se enganou ao dizer que a delegacia de Guaraciaba do Norte não tem delegado. “Eu me enganei. Delegado tem, mas não tem escrivão nem inspetor”, disse o candidato, que aproveitou a oportunidade para dizer que, na sua gestão, fez cinco concursos nessa área, enquanto o governo Cid Gomes fez apenas um.

LOTAÇÃO
Do lado de fora da TV O POVO, as torcidas de Cid Gomes (PSB), Lúcio Alcântara (PR) e Marcos Cals (PSDB) lotaram a rua Dragão do Mar. A via foi fechada para tráfego de veículo pela AMC a pedido do Grupo O POVO de Comunicação. As três equipes somaram 893 militantes, segundo dados dos coordenadores de campanha de cada candidato. Soraya Tupinambá (Psol) e Marcelo Silva (PV) contavam com um pequeno grupo de militantes.

PROVOCAÇÕES
As torcidas de Cid Gomes e Cals ficaram frente a frente e trocaram provocações durante todo o debate. “Eu quero Eunício e Pimentel pra acabar com o coronel”, gritava o grupo de Cid. A torcida de Cals respondia: “Ão, ão, ão, só ganha no mensalão”. Os militantes de Lúcio Alcântara foram instruídos a não se influenciar pelas provocações e ficaram mais atentos ao debate, transmitido ao vivo em telão. Eles aplaudiam as manifestações do candidato.

SORTEIO
No segundo bloco do debate, quando Soraya Tupinambá (Psol) foi a primeira sorteada para escolher um candidato e formular sua pergunta, seus assessores comemoraram e anteciparam sua escolha. “Vai ser para o Cid”. Soraya perguntou sobre segurança, e enquanto Cid Gomes respondia, os assessores liam o jornal O POVO de domingo. No quarto bloco, ela foi novamente a primeira a ser sorteada. Escolheu Cid de novo.

FONTE: POVONLINE.

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