segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"PROVOCAÇÃO A SERRA - ´Há diferença entre quem faz e quem fala´"

A Presidenciável Dilma Rousseff prometeu criar área na Caixa Econômica para tratar de habitação rural
ELZA FIÚZA/AG. BRASIL

Dilma Rousseff afirma que não vai discutir política de assentamentos com o seu rival José Serra

Brasília. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, provocou, ontem, seu principal adversário, José Serra (PSDB), afirmando que não irá discutir com ele a política de assentamentos do governo Lula. Segundo a petista, existe uma diferença entre políticos que fazem e aqueles que falam durante a disputa eleitoral.

"Desculpa, mas essa não é uma discussão que vou fazer com meu adversário. Essa discussão faço com os agricultores e assentados. Eles sabem que fizemos uma política pró-agricultor. Há uma diferença entre quem faz e quem fala durante a eleição. O nosso governo fez e por isso ele e reconhecido é por isso que você vai numa região de agricultura familiar e somos reconhecidos", disse.

Para defender avanços do governo Lula no setor, Dilma afirmou que 570 mil famílias foram assentadas nos últimos sete anos e que a gestão petista teve uma atenção especial para o campo determinando, por exemplo, que 30% da merenda escolar fossem comprados de pequenos agricultores. De acordo com a candidata, a gestão de Lula ampliou significativamente o crédito, construindo uma política para o campo.

Dilma prometeu criar uma área na Caixa Econômica Federal para tratar da habitação rural. "Haverá um programa de habitação popular, quero criar dentro da Caixa uma diretoria para tratar habitação rural e aposentadoria rural. Tudo isso significa que vamos continuar expandindo o crédito", disse.

A petista visitou, ontem, a Feira do Produtor em Vicente Pires, na região administrativa do Distrito Federal. A feira foi instalada em uma invasão em área rural para acabar com a figura do "atravessador" entre produtores e consumidores. A passagem da candidata provocou um tumulto entre os feirantes e militantes do PT, PSB e PDT. Dilma passou 15 minutos no local. Ela ficou o tempo todo cercada por seguranças e cumprimentou eleitores de longe.

LAVAGEM DE DINHEIRO
Candidata minimiza denúncias de jornal

Brasília. A presidenciável Dilma Rousseff afirmou, ontem, que só depois de conhecer os documentos do Banco Santos sobre a operação que permitiram à sua aliada política, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e seu marido Jorge Murad, resgatar US$ 1,5 milhão depositados na Suíça, é que se manifestará sobre o fato.

Dilma alegou que não pode se basear em "acusações de jornais". "Eu tenho de ver as provas e aí, sim, eu me manifesto", afirmou a candidata.

Uma reportagem publicada ontem no jornal "O Estado de S. Paulo" exibiu documentos dos arquivos do Banco Santos, mostrando que Roseana e Murad simularam um empréstimo de R$4,5 milhões para lavar o dinheiro que estava fora do País.

Rodeada pelos candidatos e por simpatizantes, Dilma citou o combate à lavagem de dinheiro entre as políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que serão mantidas, no caso dela ser eleita.

"É importante, quando vocês noticiarem, noticiar também que nunca no Brasil se combateu tanto a lavagem de dinheiro, através da Polícia Federal, do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras), e junto com toda a articulação internacional", disse a petista.

Roseana afirmou, ontem, por meio de um comunicado oficial, que a publicação das denúncias tem caráter eleitoral para prejudicá-la na campanha à reeleição. Ela desmente irregularidades no empréstimo, mas não nega ter dinheiro no exterior. Para a governadora, o episódio tem relação com a descoberta de gás no Maranhão.

"É muito estranho que uma denúncia fantasiosa, de seis anos atrás, seja desenterrada agora que estamos em plena campanha eleitoral, quando pesquisas apontam uma tranquila liderança para a minha candidatura", disse Roseana.

Acusação
1,5 milhão de dólares teriam sido resgatados de bancos na Suíça pela governadora do Maranhão aliada de Dilma, Roseana Sarney, e pelo seu marido, Jorge Murad.

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