sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"FIM DO DRAMA - Irã liberta condenada à morte"

A imprensa estatal do Irã divulgou supostas imagens de Sakineh; seu filho e advogado também foram soltos
REUTERS

Sakineh era acusada de adultério; ONG cita Lula e Dilma como pessoas que ajudaram no processo de libertação

Teerã. A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, condenada a morte pelo crime de adultério, foi libertada ontem, assim como seu filho, Sajjad Ghaderzadeh, e seu advogado, Javid Houtan Kian, afirmou o Comitê contra o Apedrejamento, organização não-governamental com sede na Alemanha.

A ONG não deu mais detalhes sobre como ocorreu a libertação e nem quando. O governo iraniano não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

De acordo com o jornal espanhol "El País", que citou fontes iranianas a libertação foi feita mediante fiança, mas a quantia não foi divulgada.

"A libertação só ocorreu por causa da pressão internacional", afirmou a presidente do comitê Mina Ahadi. "Este dia estará escrito nos livros de história do Irã, se não nos livros de história de todo o mundo, como uma data da vitória dos direitos humanos", acrescentou ela em entrevista ao jornal britânico "The Guardian".

Entre as pessoas citadas pela ativista estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele foi importante nesse processo e o fato de que Dilma (Rousseff) tenha sido ainda mais forte em suas críticas também ajudou muito", afirmou Mina, uma iraniana refugiada.

Ela, porém, alerta que se a batalha foi vencida, "a ainda guerra não". "Um total de 26 pessoas ainda aguardam nas prisões iranianas para serem executados por apedrejamento. "Temos de lutar para isso nunca mais ocorrer", afirmou.

Conhecido como o "pai do blog" no Irã, Hosein Derakhshan, 35 anos, também foi libertado ontem após mais de dois anos preso, mediante o pagamento de fiança.

Emoção:
O presidente Lula foi informado pelo seu assessor especial Marco Aurélio Garcia que Sakineh havia sido libertada. "O presidente ficou muito, mas muito satisfeito e emocionado", relatou Garcia. Questionado se o presidente Lula considerava a libertação de Sakineh uma vitória de seu governo, o assessor afirmou: "É um ato de justiça. É uma vitória dos direitos humanos em geral e confirma que há formas eficientes de vender os direitos humanos que não precisam ser ruidosas".

Essa afirmação de Marco Aurélio responde às criticas de que o governo era complacente com governos ditatoriais. "Não é momento para polemizar com críticas à política externa brasileira. O momento é de comemorar a decisão", analisou.

Ele ainda afirmou que não há nenhuma previsão do presidente Lula telefonar para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para cumprimentá-lo pela libertação. "A notícia ainda não foi confirmada", disse.

Fique por dentro:
Apedrejamento

Sakineh foi condenada a 99 chibatadas em 2006 por manter relações com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Depois, esta pena foi convertida em morte por apedrejamento. Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Um tribunal de apelações acrescentou ao caso a acusação de conspiração para o assassinato do marido.

LÁ VAI O BESTA: Já pensou se a moda pega e aqui no Nosso Amado Brasil resolvessem punir os infiéis com apedrejamento, como fazem os maníacos do governo iraniano? Com certeza até aqui em Chaval ia faltar pedra. ksksksksksksksksksks....

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