terça-feira, 28 de dezembro de 2010

"EM 2014 - Lula diz que irá apoiar a reeleição de Dilma"

Dilma Rousseff recebe um governo com alta aprovação popular e o apoio para uma possível continuidade
FOTO: DIVULGAÇÃO

Em clima de despedida, presidente diz que tirará seis meses de descanso para decidir sobre seu futuro

Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não será copiloto de sua sucessora, Dilma Rousseff, e que pretende se afastar de tudo por seis meses para resolver o que vai fazer no futuro. Ele garantiu que não está em seus planos concorrer a qualquer cargo eletivo, nem à Presidência em 2014. Lula afirmou que desde agora está apoiando a reeleição de Dilma.

"Trabalho com a ideia fixa de que Dilma será candidata. É justo e legítimo e será minha candidata em 2014. Só existe uma hipótese : ela não querer ser candidata", afirmou, em entrevista durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

Lula afirmou que nunca ficou tentado a mudar a Constituição e garantir a si a possibilidade de um terceiro mandato. Segundo ele, quem cria o terceiro mandato, cria o quarto e o quinto e assim por diante. "Assim se cria uma ditadurazinha", afirmou. Questionado se é o caso da Venezuela, com as sucessivas reeleições de Hugo Chávez, o presidente foi taxativo: "A Venezuela tem o regime que quer ter".

Lula disse que optou por se isolar dos amigos nos oito anos em que ficou no governo, especialmente no segundo mandato. Isso ocorreu porque, se convidasse um amigo para passar o fim de semana no Palácio da Alvorada e esquecesse de chamar outro, criaria inimigos.

Lula afirmou, ainda, que sua decisão deixou o cargo de presidente "menos vulnerável às rodas de uísque e de cerveja". Ele lembrou que poderia ser alvo de vídeos e fotos quer cairiam facilmente na internet.

Salário mínimo:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que manterá em R$ 540 o valor do salário mínimo, previsto no Orçamento para 2011 e aprovado pelo Congresso.

"Se tiver que fazer alguma mudança, Dilma fará depois de janeiro. A nossa proposta é justa e tem que se levar a sério", afirmou durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

Lula afirmou que a política de valorização do salário mínimo, que tem como critério a variação do PIB e a inflação, é resultado de uma negociação com centrais sindicais.

SEM DIFICULDADE
Governar o Brasil foi "até gostoso demais"

Em seu último programa semanal de rádio Café com o Presidente, na manhã de ontem, Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu ao povo brasileiro pelo voto de confiança e disse que não foi difícil governar o país.

"Eu quebrei um tabu, porque todo mundo dizia que era difícil governar o Brasil. Eu não achei nada complicado, achei até gostoso demais", declarou Lula. Ele disse que tem compromissos a cumprir e que vai trabalhar até quinta-feira. Lula também pediu aos brasileiros que apoiem a presidente eleita, Dilma Rousseff, que tomará posse no sábado.

"O Brasil está vivendo uma fase importante de crescimento econômico que pode nos levar a ser, dentro de cinco ou seis anos, a quinta economia mundial. Serão quatro anos de intensivo trabalho. Dilma vai precisar de todo o apoio, e é isso que eu queria pedir para vocês", disse o presidente.

Lula também falou sobre o "Café com o Presidente" e sugeriu que Dilma utilize o programa como canal de comunicação. "Penso que é justo que a nova presidente continue esse programa. Muitas das coisas que nós falamos aqui repercutem, as pessoas ficam sabendo pela televisão. Acho que a nossa presidente tem que utilizar o máximo possível esse espaço".

Na conversa com os jornalistas, Lula disse sentirá falta das relações de amizade que fez no governo e, especialmente, durante as viagens e ainda afagou os jornalistas: "Por incrível que pareça, vou sentir falta de vocês (jornalistas). Não é sentir falta, é saudade". A cordialidade durou pouco. Logo em seguida, ele reclamou da cobertura da imprensa. "Esses dias li uma matéria em que a grande derrotada nas eleições foi a Dilma e os vitoriosos foram o Serra e a Marina", queixou-se.

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