Serra disse que pretende ampliar o Bolsa Família para atender a estudantes do ensino técnico
São Paulo. O candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, criticou ontem a ausência da adversária Dilma Rousseff (PT) em encontro com presidenciáveis promovido pela Associação Comercial de São Paulo. Marina Silva (PV) e Plinio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram do evento. Dilma avisou à organização que não compareceria por problema de agenda. O evento intitulado "Candidatos à Presidência falam aos empreendedores do Brasil", foi realizado no Memorial da América Latina.
Em seu pronunciamento Serra disse que pretende ampliar o Bolsa Família para atender a estudantes do ensino técnico e tecnológico. Ele disse que quer dar bolsas para que os filhos de beneficiários possam frequentar cursos profissionalizantes. "Vamos ampliar o Bolsa Família, mas vou fazer com que os ´filhos do Bolsa Família´ tenham um treinamento e uma qualificação para que consigam um emprego", declarou em sabatina promovida por entidades empresarias em São Paulo.
O investimento nos cursos profissionalizantes foi enfatizado por Serra como uma das prioridades do seu plano de governo. Segundo o candidato, o ensino técnico e tecnológico será aproximado do ensino médio para que os jovens tenham mais interesse na escola. "Vamos fazer uma ofensiva do ensino técnico e tecnológico como nunca se fez no Brasil. Vamos criar um milhão de vagas no ensino técnico público e mais de um milhão vagas para requalificação do trabalhador".
Para Serra, os cursos para trabalhadores são uma das formas de reduzir o descolamento existente no Brasil entre a demanda por trabalhadores qualificados e a falta de mão de obra especializada. "Existe um desajuste", disse ele sobre a qualificação do trabalhador e a necessidade da empresa.
Maior exposição:
O candidato do PSDB defendeu um modelo de programa eleitoral em que o candidato se exponha mais. "O presidente é insubstituível. Quem ganha é quem governa. É preciso se expor mais", disse o tucano, ao criticar o tratamento de candidatos como produtos. Sem falar diretamente o nome da adversária petista, ele disse que hoje "oculta-se" o candidato.
Serra criticou ainda, de novo, o loteamento da máquina administrativa. Segundo ele, o "Brasil voltou atrás do ponto de vista do funcionamento político". O tucano afirmou que há o "uso dos órgãos do governo para servir a interesses privados".
EDUCAÇÃO:
Marina diz que País tem que investir em formação
São Paulo. A candidata à Presidência da República do PV, Marina Silva, disse ontem que o Brasil deve complementar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com investimentos em formação de pessoal. De acordo com ela, o País precisa aliar os investimentos na infraestrutura física com os feitos no campo da educação e também da tecnologia.
"O PAC é apenas um sistema de gestão. Vê licença, vê se o ministério colocou o dinheiro. Mas o País precisa investir na infraestrutura humana e não só na física. Temos de fazer as duas coisas", disse a candidata e empresários em São Paulo.
Marina ressaltou que o investimento em tecnologia pode ser o grande diferencial para o crescimento do país nos próximos dez anos. "Temos de avançar para os biocombustíveis de segunda geração, que é o etanol de celulose. A energia gerada pelo bagaço da cana é correspondente ao que será gerado em Belo Monte. Não podemos desperdiçar isso".
As declarações de Marina foram dadas durante sabatina das entidades representativas do comércio de São Paulo. A candidata respondeu a perguntas de jornalistas e da plateia.
Poesias:
Na madrugada de sexta-feira, na hora de se despedir no debate da TV Bandeirantes, a presidenciável Marina Silva (PV) esqueceu o tradicional "peço seu voto" e, numa cena inusitada, desatou a declamar um poema de sua própria autoria.
Ela repetiu para as câmeras o que já virou hábito na campanha Brasil afora: quando o eleitor menos espera, a candidata interrompe o discurso para exibir os dotes de poetisa amadora. Os versos são arma recorrente nas palestras para estudantes, programa obrigatório nas viagens. Um de seus clássicos é "Arco e flecha", que ela costuma introduzir dizendo ser a flecha da sociedade para atingir o alvo de um País melhor.
RENDA:
Plínio quer quadruplicar beneficiários do Bolsa
São Paulo. O candidato à Presidência da República pelo P-SOL, Plínio Sampaio, defendeu ontem a ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família. Porém, com a redução do tempo que cada um recebe o auxílio federal.
"Vou quadruplicar o Bolsa Família, mas vou reduzir o tempo que cada pessoa recebe o benefício", disse ele, em sabatina realizada por entidades empresariais em São Paulo. "O Bolsa Família só tem sentido como um programa emergencial. Como está hoje, é um absurdo."
Segundo Plínio, o ideal é que cada beneficiário recebesse o auxílio até arrumar um emprego ou uma terra em que pudesse trabalhar. Assim, ele não se tornaria um "cliente" do Estado. O candidato, entretanto, enfatizou a importância do combate à desigualdade social no país. Ressaltou que, junto com a dependência externa, este é um dos principais problemas do Brasil.
Investimentos:
Como forma de acabar ou mesmo reduzir o problema, o candidato do P-SOL defendeu uma ampla reforma agrária, a redução da jornada de trabalho e o maciço investimento em educação e saúde.
De acordo com o candidato, só assim o país poderá atingir a igualdade social e assegurar liberdade para todos.
"No Brasil, tem gente que tem mais liberdade que outros. A liberdade é a igualdade para todos", observou.
Plínio foi um dos três candidatos à Presidência que participaram de um evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo.
DOSSIÊ:
DEM vai entrar com ação contra Ideli
São Paulo. O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, afirmou que o partido vai encaminhar uma representação contra a senadora licenciada e candidata ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti (PT-SC), no Conselho de Ética.
Segundo a reportagem da revista "Veja", desta semana, a senadora teria usado informações de um dossiê preparado ilegalmente na Previ para atacar o deputado ACM Neto durante os trabalhos da CPI dos Correios, em 2005. Em declarações à "Veja", o ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) Gerardo Xavier Santiago diz que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula e máquina de arrecadação para o PT.
"Vamos tomar medidas judiciais, policiais e congressuais para investigar mais essa imoralidade patrocinada pelo PT", disse Maia. Segundo ele, as denúncias revelam a irresponsabilidade da senadora. "Para agradar aos seus chefes, a senadora petista patrocina a formação de dossiês falsos e forjados contra adversários," disse.
A assessoria de Ideli informou que ela não irá se pronunciar. Gerardo foi gerente-executivo da Previ entre 2003 e 2007, ligado ao ex-presidente do fundo Sérgio Rosa, que deixou o cargo em junho de 2010.
À revista, ele afirma que o fundo é "um bunker de um grupo do PT" e que "a Previ está a serviço de um grupo, comandado por Ricardo Berzoini, Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto". O deputado ACM Neto também vai interpelar o ex-gerente da Previ para que ele revele o teor dos dossiês.
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