quarta-feira, 30 de março de 2011

"AFIRMAÇÃO DA OTAN - Há terroristas entre rebeldes"

Tropas de Muammar Kadafi atacam veículos de rebeldes na Líbia; em reunião, a coalizão internacional decidiu prosseguir com a ofensiva até que o ditador obedeça à ONU
FOTOS: REUTERS

Al Qaeda e Hezbollah estariam por trás das forças que combatem o ditador da Líbia, afirma comandante da Otan

Trípoli. Informações da inteligência sobre as forças rebeldes que combatem o líder líbio Muammar Kadafi indicam sinais da presença dos grupos radicais islâmicos Al Qaeda e Hezbollah, mas ainda não há um quadro detalhado sobre a oposição emergente, afirmou, ontem, o principal comandante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), almirante James Stavridis.

"Estamos examinando com muita atenção o conteúdo, a composição, as personalidades, quem são os líderes dessas forças de oposição", declarou Stavridis, comandante supremo da Otan para a Europa e também comandante do Comando Europeu norte-americano.

Ontem, as tropas de Kadafi reverteram a investida rumo a oeste das forças rebeldes, enquanto as potências mundiais se reuniram em Londres, mais de uma semana depois do lançamento da campanha militar destinada a proteger civis líbios.

Embora Stavridis tenha afirmado que a liderança da oposição parece ser composta por "homens e mulheres responsáveis" lutando contra a ditadura, ele disse que "observa-se na inteligência sinais possíveis da Al Qaeda e Hezbollah. Temos visto coisas diferentes".

Os comentários de Stavridis foram feitos um dia depois de o presidente Barack Obama defender sua posição pela ação na Líbia num pronunciamento na TV aos norte-americanos, que estão preocupados com mais uma guerra, enquanto as tropas dos Estados Unidos já estão no Afeganistão e no Iraque.

Embora Obama tenha dito que Kadafi deve deixar o poder, ele salientou que a missão militar aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) limita-se a proteger os civis e a garantir uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

Reunião
Ao fim da conferência dos aliados em Londres para debater as "direções políticas" que a Líbia deve seguir, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que a ação no país para proteger os civis vai continuar até que Kadafi obedeça a resolução na ONU, que pede um cessar-fogo imediato. Por unanimidade, os países também pediram a saída de Kadafi da Líbia.

Rasmussen não quis fazer uma previsão de quanto tempo durará a missão e admitiu que a solução para a crise não poderá ser apenas militar. Ele negou a possibilidade de fornecer armas aos opositores líbios. "A resolução da ONU é clara: exige a imposição de um embargo sobre as armas. Nós estamos lá para proteger a população e não para armá-la", explicou.

Já a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, deixou a possibilidade aberta. "Nossa interpretação é de que a (resolução da ONU) 1973 emendou ou cancelou a proibição absoluta de armar qualquer pessoa na Líbia para que possa haver uma transferência legítima de armas se um país decidir fazer isso. Nós não tomamos essa decisão nesse momento", afirmou.

Ontem, testemunhas relataram que as aeronaves aliadas realizaram três bombardeios na zona oriental da capital Trípoli. Segundo a agência oficial de notícias líbia Jana, os ataques alcançaram zonas civis e militares. O bombardeio foi o primeiro que as forças da coalizão realizaram durante o dia sobre a capital líbia, cujos arredores já foram atacados de noite.

FONTE: DN.

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