segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"Internacional, APÓS 25 ANOS - Ex-ditador Baby Doc retorna ao Haiti e diz que quer ajudar"

Baby Doc foi deposto em 1986 após protestos, acabando com o regime duvalierista, que começou com o seu pai François Duvalier, o Papa Doc, eleito democraticamente em 1957
FOTO: REUTERS

Após 25 anos de exílio na França, Jean-Claude Duvalier voltou ao país acompanhado de sua esposa

Porto Príncipe. O ex-ditador do Haiti Jean-Claude Duvalier (1971-1986), conhecido como Baby Doc, chegou, ontem, ao país depois de 25 anos no exílio em Paris. Ele foi tirado do poder por uma revolta popular.

Duvalier, usando um terno azul, estava acompanhado de sua esposa e passou pelos trâmites alfandegários depois de chegar ao aeroporto internacional de Porto Príncipe em um voo da Air France procedente de Paris.

"Vim para ajudar", afirmou Baby Doc, que em 2007 falou às rádios haitianas para pedir "perdão ao povo pelos erros cometidos" durante seu governo.

As autoridades do Haiti consideram que mais de US$ 100 milhões foram desviados sob o pretexto de obras sociais até a queda, em 1986, de Baby Doc, que sucedeu, em 1971, seu pai François Duvalier, o Papa Doc, eleito presidente por via democrática em 1957.

A França aceitou em 1986 receber Baby Doc quando ele passou a enfrentar, desde novembro de 1985, várias manifestações nas quais morreram dezenas de haitianos.

Como aconteceu com o presidente Jean Bertrand Aristide em 2004, Baby Doc foi obrigado pelos Estados Unidos a renunciar e abandonar o país em 7 de fevereiro de 1986 a bordo de um avião da Força Aérea americana. Jean Bertrand Aristide vive no exílio na África do Sul. A saída de Jean-Claude Duvalier pôs fim ao regime duvalierista, surgido 28 anos antes.

Segundo turno
Baby Doc retorna ao Haiti em meio a uma crise. O segundo turno das eleições presidenciais do país deveria ter sido realizado ontem, mas foi adiado por conta da indefinição envolvendo o candidato governista, Jude Celestin, e o cantor e dançarino Michel Martelly.

Ambos querem participar do segundo turno das eleições com a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, considerada vencedora do primeiro turno, em 28 de novembro, em uma votação fortemente criticada por causa de relatos de fraude, violência e intimidação de eleitores.

Resultados provisórios anunciados em dezembro pelo conselho eleitoral apontavam Celestin como o segundo colocado, com pequena vantagem sobre Martelly. No entanto, os resultados provocaram protestos violentos por parte de apoiadores de Martelly, que alegou ter perdido o segundo lugar por causa de fraudes.

Em meio a temores de escalada da violência, a Organização dos Estados Americanos enviou uma equipe de especialistas para avaliar os resultados.
FONTE: DN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário