quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"CRISE - PMDB atrela valor do mínimo a vagas para 2º escalão"

Líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
FOTO: ANTÔNIO CRUZ/ABR

Esse debate foi postergado para o mês de fevereiro, quando haverá a reabertura do ano legislativo

Brasília Além de comunicar ao governo que não concorda com o novo valor de R$ 540,00 do salário mínimo, os peemedebistas decidiram ontem adiar as conversas sobre o preenchimento dos cargos do segundo escalão do governo.

De acordo com o líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), esse debate foi postergado para fevereiro, com a reabertura do ano legislativo, quando os parlamentares estiverem em Brasília. "Não é a melhor hora para tratar desse assunto", afirmou.

O líder peemedebista ressalvou, entretanto, esperar que quando a discussão for reaberta haja amplo diálogo, respeito e entendimento entre o governo e a base aliada. "Perdemos substância no governo, mas não vamos nos acotovelar em busca de mais espaço", declarou Alves no final da reunião de líderes do partido, que se estendeu por mais de duas horas na residência do vice-presidente, Michel Temer.

As negociações que suspenderam, momentaneamente, as nomeações para o segundo escalão foram acertadas ontem com o governo federal, durante a primeira reunião da Coordenação Política no Palácio do Planalto, conduzida pela presidente Dilma Rousseff.

A crise é tão aguda que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que descansava numa praia em Alagoas, foi chamado às pressas em Brasília para reforçar as conversas. Os peemedebistas não se conformam com a perda de cargos de relevância no segundo escalão, como as diretorias dos Correios e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Secretaria Nacional de Atenção à Saúde, que passaram ao comando do PT. Alves descartou, entretanto, qualquer chance de recuo por parte do governo nas nomeações já efetivadas, que contrariaram os peemedebistas. "Bem feito ou mal feito, já foi feito", afirmou.

Mantega
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse, ontem, que o governo federal vai vetar qualquer reajuste que aumente o salário mínimo para mais de R$ 540.

"Neste momento, é temerário nós aumentarmos para mais de R$ 540. Se vier alguma coisa diferente, nós vamos simplesmente vetar", disse o ministro, citando a necessidade de conter os gastos públicos para, entre outras coisas, facilitar uma queda maior nos juros e evitar uma maior valorização do real.

Os R$ 540 estão em vigor desde o começo do ano por força de uma medida provisória editada pelo governo, mas para vigorar definitivamente ainda é necessária aprovação no Congresso. No entanto, o próprio governo reconheceu, discretamente, que o reajuste do mínimo ficará abaixo da inflação pela primeira vez desde 1997.

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