quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"EM BRASÍLIA - Mínimo acima de R$ 540 está sendo pleiteado"

O Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, considera que Congresso é soberano para decidir sobre valor do salário
FOTO: THIAGO GASPAR

PMDB mantém emenda para que salário mínimo seja reajustado para R$ 540. PDT e centrais querem R$ 580

Brasília. O clima entre PT e PMDB pode até estar mais ameno depois da determinação da presidente Dilma Rousseff de que as negociações por cargos do segundo escalão sejam feitas sem alarde, mas os dois partidos ainda se mantêm irredutíveis em seus pleitos.

Ontem, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avisou que não vai retirar a emenda que aumenta o salário mínimo para R$ 560, acima dos R$ 540 definidos pelo governo. "Mantenho a emenda porque ela não tem a ver com nenhum outro processo. Se o PDT pode apresentar R$ 580, porque a gente não pode defender R$ 560? Se não é viável, vão ter que mostrar por que não é", disse o parlamentar.

A pauta de reivindicação das centrais sindicais contempla três reajustes: a elevação do salário mínimo de R$ 540 para R$ 580; 10% para os aposentados que ganham acima do mínimo e 6,43% de revisão na tabela do Imposto de Renda.

Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, o Congresso Nacional é soberano e, caso decida por um mínimo de R$ 580 - como querem as centrais sindicais - o governo tem de ceder. A presidente Dilma, entretanto, não gostou nada da divergência pública entre seus ministros e os mandou silenciar.

Tensão menor
Eduardo Cunha reconhece que a tensão entre PT e PMDB diminuiu depois da série de reuniões da última terça-feira. "Mudou o clima. Vamos nos tratar com mais carinho", diz. "Houve um início de ocupação (de cargos) atabalhoada, o que foi corrigido. Restabeleceu-se a confiança", resumiu o deputado federal peemedebista.

Acomodação
O PMDB quer acomodar quatro derrotados nas eleições do ano passado: Geddel Vieira Lima (BA), Hélio Costa (MG) e José Maranhão (PB), que foram candidatos a governador, e Orlando Pessutti (PR), que desistiu da candidatura à reeleição no Paraná para apoiar Osmar Dias, do PDT. Na disputa paranaense, o vencedor foi o político tucano Beto Richa, eleito governador.

Peemedebistas também se recusam a abrir mão da diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), vinculado ao Ministério da Integração Nacional, ocupado pelo PSB.

O setor elétrico é um dos mais difíceis nas negociações. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não aceita perdas em empresas estratégicas.

Para os petistas, no entanto, a manutenção ou acomodação de indicados de José Sarney não será tão simples. Em conversas recentes com líderes do PMDB, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, avisaram que querem compensações para garantir o apoio à reeleição de Sarney para a presidência do Senado, relataram fontes do governo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário