"DESVIO DE DINHEIRO - Operação prende sete prefeitos no Piauí"

A operação Geleira cumpriu 84 mandados de busca e apreensão e de prisão em 13 municípios do Piauí

AGÊNCIA O GLOBO

Autoridades são acusadas de usar notas fiscais frias e empresas fantasmas para desviar dinheiro público

Teresina. Uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Controladoria Geral da União deflagrou a operação Geleira para dar cumprimento a 84 mandados de busca e apreensão e de prisão em treze municípios do Piauí. A PF prendeu sete prefeitos e dois ex-prefeitos, além de assessores, secretários e ex-secretários acusados de participarem de um esquema de desvio de dinheiro público que chega ao montante de R$ 20 milhões em dois anos.

A operação mobilizou mais de 300 agentes e 28 fiscais da CGU e usou aeronaves e vans para transportar os 30 presos. Os agentes prenderam os prefeitos de Uruçuí (Valdir Soares da Costa - PT); de Landri Sales (Joedison Alves - PTB); de Caracol (Isael Macedo Neto-PT); de Eliseu Martins (Teresinha de Jesus Miranda Dantas - PSDB); de Ribeira do Piauí (Jorge de Araújo Costa - PTB); de Miguel Leão (Bismarck de Arêa Leão - PTB); e de Porto (Domingos Bacelar de Carvalho - PMDB).

Os ex-prefeitos de Urucuí, Francisco Donato de Araújo Linhares Filho (PMDB), o Chico Filho, e do município de Landri Sales, Juraci Alves Rodrigues, e a mãe do prefeito Joedison Rodrigues também foram presos. Ela foi prefeita de Eliseu Martins. O filho da atual prefeita de Eliseu Martins, Teresinha Araújo, também foi preso.

A PF atuou nos municípios de Landri Sales, Marcos Parente, Uruçuí, São Raimundo Nonato, Várzea Branca, Caracol, Eliseu Martins, Ribeira do Piauí, Porto, Amarante, Miguel Leão, Floriano e Teresina, onde apreendeu documentos, computadores, veículos e dinheiro. Somente em três municípios, em dois anos a quadrilha movimentou mais de R$ 5 milhões.

O modus operandi consistia no uso de notas fiscais frias, empresas fantasmas que atuavam como fornecedores, desviando recursos públicos destinados ao Sistema Único de Saude (SUS) e ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os acusados responderão por crimes de sonegação fiscal, desvio de dinheiro público, apropriação de dinheiro público, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Recursos desviados

20 milhões de reais é o montante de dinheiro público desviado por esquema envolvendo sete prefeitos, dois ex-prefeitos, além de assessores, secretários e ex-secretários no estado vizinho.