quarta-feira, 24 de março de 2010

"Tasso, vice do Serra?"

DISPUTAR O governo, dizem, nem aceita discutir o assunto. A candidatura ao senado, aceita, mas não o empolga. Mas há um projeto que poderia, talvez, fazer Tasso Jereissati recuperar a paixão antiga pelos palanques.

QUE OUTRO nome melhor poderia ter José Serra para compor sua chapa presidencial? O senador cearense é, em seu partido, a liderança de maior expressão no Nordeste, região estratégica na próxima eleição.

AFINAL, AQUI está a diferença proporcional de apoio ao governo Lula que pode desequilibrar a disputa em favor de sua candidata. Aqui, a região da qual há quem diga até que o candidato tucano é inimigo de seus interesses.

EM NENHUMA outra região do país a indicação de um vice entre os seus poderia agregar à imagem e ao potencial competitivo de Serra a mesma força que agregaria um nome nordestino. Qual, então, senão Tasso?

A PREMISSA que orienta a hipótese de que Tasso poderia vir a ser o candidato a vice na chapa de Serra é a recusa do governador mineiro Aécio Neves em cumprir o papel – o que parece mesmo, de fato, já descartado.

E A CONDIÇÃO para que o projeto prospere seria a desistência de Ciro Gomes em disputar a presidência, abrindo espaços para que o senador tucano busque oferecer a seu partido uma expressiva votação no estado.

O PROJETO forçaria uma mudança radical na relação do PSDB cearense com o governo Cid Gomes, aliado de Lula. O vetor da sucessão presidencial prevaleceria sobre outros interesses, secundarizados pela nova perspectiva.

COM SEU NOME inscrito na chapa presidencial, seria questão de honra para Tasso atingir bons níveis de desempenho eleitoral no seu estado. Os tucanos buscariam formar uma composição de peso para a disputa majoritária.

PELO MENOS um nome já poderia estar disponível para ocupar uma das vagas em disputa por cargos majoritários perante o eleitor cearense: o ex-governador Lúcio Alcântara voltaria ao ninho agora na condição de aliado.

EMBORA SEJA prematura, não descarte a possibilidade: é boa o suficiente para prosperar. Mas, como foi dito, para que aconteça, será preciso que José Serra confirme sua candidatura e Ciro Gomes desista da disputa. A ver.

Ciro: um deserto pela frente.

TEM RAZÃO o deputado Ciro Gomes, quando afirma que a polarização eleitoral entre José Serra e Dilma Rousseff empobrece o debate político, reduzindo-o a uma lógica plebiscitária pueril, equivocada.

MAS O REALISMO político expressado pela prefeita Luizianne Lins – a

eleição não será, “já está polarizada” – logo prevalecerá como premissa para as decisões que serão tomadas pelas lideranças políticas por todo o país.

ASSIM, TENDE a um isolamento crescente, a postulação de Ciro Gomes, caso ele a mantenha, somando-se às resistências de quem a ele já se opõe – petistas e tucanos – a infidelidade de alguns dentro do seu próprio partido.

O MODO COMO Ciro irá conviver com as tensões desse quadro – ele, que até aqui tem se preservado sob uma postura de surpreendente serenidade – será decisivo para agregar valor e retocar traços de sua imagem.

ESTE ASPECTO, ele deve levar em conta para que possa, mais adiante, se a conjuntura eleitoral permitir, influir no resultado definitivo de um segundo turno mais que provável, caso se mantenham na disputa Marina Silva e ele.

ISSO PORQUE, se o momento indica uma fase de retração nas intenções de voto, poderá reverter em alguma medida, caso o desempenho da Dona Dilma (a mulher é dura!) estabeleça limites de adesão ao seu nome. É possível.

EM RESUMO, caso Ciro Gomes decida mesmo permanecer no páreo, contra tudo e quase todos, que se decida, também, a agir com o equilíbrio que se espera de quem se expõe a atravessar esse deserto de adversidades.

O DEPUTADO poderia, então, mirar-se no exemplo de uma desafeta sua e ver com que gestos e palavras Luizianne Lins reagiu aos que tentaram impedi-la de chegar à prefeitura de Fortaleza.

A VITÓRIA nasce dentro da cabeça, pessoa.

CIRO: mire-se no exemplo daquela mulher

Sem encher lingüiça

EM EDIÇÃO anterior, dissemos – é o que todo dia se observa – que a justiça no Brasil é como lingüiça: quando se descobre como é feita, não se consegue mais engolir.

O COMENTÁRIO foi por conta da decisão do Desembargador Ernani Barreira de conceder liminar suspendendo os efeitos da lei (projeto de João Alfredo) que reserva as dunas do Cocó como área de preservação ambiental.NAQUELE comentário, afirmamos ainda que a prefeitura de Fortaleza estava “fazendo corpo mole”. Não está mais. A procuradoria-geral do município, enfim, reagiu, apresentando recurso em defesa da lei. E do decoro, diga-se.

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.


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