quinta-feira, 25 de março de 2010

"Ele está de olho na boutique dela"




HOUVE UM tempo, e não faz tanto tempo assim, em que o cargo maldito na direção do PT era o de tesoureiro. Ao seu ocupante cabia a árdua tarefa – missão impossível, em alguns casos – de produzir receita a partir do nada.

E, ASSIM, LÁ ia o tesoureiro petista, pessoalmente, controlar a venda de chaveiros e camisetas, cobrar ingressos de adesão a jantares e passar a sacola na esquina vermelha – avenidas da Universidade com 13 de Maio.

HOJE, AO QUE parece, é a função mais cobiçada, mesmo após os escândalos que mancharam a imagem do cargo, a julgar pela reação do deputado José Airton, que reivindica o cargo para o seu grupo. Não recua. Alega acordos.

O PETISTA, que já esteve bem próximo de uma botija mais suculenta, a receita do governo estadual, rejeitou até, em favor da tesouraria, a indicação para o cargo mais importante da direção – a secretaria geral.

É, NO MÍNIMO, estranho que alguém se julgue prejudicado quando negocia o cargo de tesoureiro e recebe, quase um bônus, a oferta de outra função com atribuições que lhe garantiriam, pelo menos em tese, maior força política.

A PREFEITA se recusa em atendê-lo. Referência maior do partido na captação de recursos para a campanha, Luizianne pretende manter controle sobre quanto entra, vindo de onde, de quem e – claro – para onde sai.

HOUVE UM tempo, e não faz tanto tempo assim, em que todo dia se podia ler nas páginas de jornais o espetáculo democrático dos companheiros do PT em disputa por suas idéias. Hoje, brigam pelo controle do dinheiro.

AIRTON: Olho gordo no caixa do partido.

Vice de Serra: Tasso se manifesta.

NA EDIÇÃO anterior, Pauta Livre levantou a hipótese de que o senador Tasso Jereissati possa vir a compor a chapa presidencial de José Serra como um vice que agregaria ao candidato maior força no Nordeste, onde são menores seus índices de intenções de voto.

DIA SEGUINTE, o senador deu entrevista sobre o assunto ao blogueiro Eliomar de Lima. Apesar de se dizer aberto à possibilidade, mostrou-se atento às indefinições e jogou a discussão para a frente.

ELE SABE que, em política, tudo o seu momento e o momento de definir os vices não chegou. Deve saber, ainda, que não terá seu nome cogitado, caso Ciro Gomes se mantenha na disputa – o Ceará não tem voto para distribuir com tanta gente.

O alter ego da república

“PROBLEMAS com direitos humanos existem em todo lugar” – foi assim, com indiferença, que o pensador Marco Aurélio Garcia – espécie de “alter ego” de Lula – justificou a morte de um preso político cubano em greve de fome.

O ARGUMENTO foi esgrimado como tentativa de explicar o incondicional apoio do governo brasileiro ao regime de Fidel Castro quando o presidente Lula esteve em visita a Cuba.

O GURU DO cara fica, então devendo dois esclarecimentos. O primeiro é: por que o governo agiu em direção oposta contra os golpistas de Honduras, transformando a embaixada brasileira em bunker do presidente deposto?

E, AINDA, se problemas como aquele “existem em todo lugar”, deveria, então, apontar em que lugar do nosso próprio país a livre expressão de idéias está sendo tratada como crime de opinião. Não está.

ENQUANTO amigos de Marco Aurélio confidenciam suas inclinações bolivarianas – ou seja, flerta com a repressão ao direito de expressão – seus inimigos denunciam coisa pior: ligações com as FARCs da Colômbia.NADA DISSO seria mais que folclórico, se não dissesse respeito ao perfil de um auxiliar direto da presidência de um país democrático. Marco Aurélio está indicado para a coordenação da campanha da Dona Dilma.

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.

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