terça-feira, 23 de março de 2010

"Ciro está no limite de sua força"

SOB PRESSÃO para que desista de sua candidatura, Ciro Gomes preferiu não passar recibo diante das pesquisas eleitorais recentes, que indicam queda em seu índice de intenção de votos, e decidiu tensionar sua relação com o governo.

CIRO JOGA de modo explícito com a lógica da eleição em dois turnos, cenário mais provável, se mantidas a sua candidatura e a de Marina Silva, quando poderão assegurar posições futuras mediante o apoio a outros candidatos.

A TENSÃO arterial de Lula que se prepare para oferecer ao deputado cearense uma vantajosa contrapartida, caso queira passar a coleira no pescoço do deputado e exibi-lo como um troféu no palanque da dona Dilma.

O PRESIDENTE tem pressa em definir o quadro, embora saiba, por sua longa experiência de negociador como líder sindical, que as exigências do curto prazo cobram maiores concessões.

O JOGO PODE virar de vez em favor do presidente se a candidatura de Ciro Gomes cair mais alguns poucos pontos nas pesquisas cujos resultados serão divulgados logo após o carnaval.

ABAIXO dos dois dígitos e sem estrutura partidária, ninguém tem poder de fogo para pressionar um presidente com a popularidade de Lula. Menos ainda, se a curva ascendente de sua candidata se confirmar uma vez mais.

ISTO É, Ciro agiu com precisão ao tensionar agora a relação com os parceiros do governo, mas talvez não possa esticar a corda além do limite a que chegou. Março – o prazo de definição anunciado – começa em três semanas.

CIRO: de aliado a dissidente? Oremos

O JORNALISTA Fábio Campos, de O Povo, escreveu em sua coluna que Ciro Gomes seria “como um raio de sol na obscuridade em que se meteu a política no Brasil” – algo assim como uma versão brasileira de Nelson Mandela.
TALVEZ o jornalista queira apenas destacar o baixo nível ético com que se exerce a representação em nosso país, e não, como parece à primeira vista, supor que o deputado esteja tocado pelas graças da Providência.

É VERDADE que Ciro Gomes nunca teve, apenas para dar um exemplo, seu nome envolvido nas picaretagens rotineiras da vida pública e os desafetos poderosos que atraiu jamais o teriam poupado, se maior motivo houvesse.
É, PORTANTO, um político diferenciado em muitos aspectos, mas não é a única vocação pública qualificada do país ao ponto de ser ungido como uma luz em meio às trevas. Menos.

PARA FICAR somente entre os candidatos a presidente, cito outros três, com biografias igualmente dignas de respeito: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva – nenhum deles desmerece a presidência.

NENHUM, contudo, é líder sem mácula. Em Ciro, por exemplo, o discurso moralizador não corresponde ao fato de ser um parlamentar relapso com suas funções e sua evocação frequente a questões de princípio não esconde a ocorrência de cinco filiações partidárias.

SE ESSA conduta basta para ungir um "salvador da pátria", arrependei-vos, pois o dia está próximo.

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

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