quinta-feira, 25 de março de 2010

"Barraco Iracema"



SOU LEVADO a crer que o governador do estado não tem ainda uma medida correta da autoridade própria ao lugar que ocupa – que não apenas cobre de prerrogativas seu titular, mas lhe impõe, ainda, limites de conduta.

CID GOMES apequena a governança quando se expõe a receber em caráter formal, com direito a exibição midiática, um abaixo-assinado como aquele, de “milhares” de moradores do Serviluz, em favor do “seu” estaleiro.

APEQUENA não apenas porque o projeto teria repercussões que transcendem os interesses da comunidade local, já que ela também deve ser ouvida, mas porque o “abaixo assinado” contém grosseiras evidências de fraude.

DEVO PENSAR que a assessoria do governador é incompetente o bastante para permitir que ele se exponha daquele modo, sorridente diante das câmeras, tendo às mãos um documento de falsidade notória? Puf!

TUDO LEVA a crer que a escassez de oposição e o excesso de eufemismos na imprensa não estão fazendo nada bem à formação pública do jovem governador. Aquilo lá foi pândego, sujeito. Um barraco! Lam-ban-ça.

CID: o Palácio Iracema virou barraco?

O tamanho da oposição

A CANDIDATURA do prefeito Roberto Pessoa ao governo do estado coleciona problemas. Ali, se não falta tudo, falta quase tudo (há, pelo menos, na candidatura, um gesto que ressalta a virtude da ousadia). Observe:

1 – TEMPO DE televisão, a coligação nanica PR-PPS não lhe oferece. Não há registro, em trinta anos de eleições livres no país, de candidato que tenha sido vitorioso para cargo executivo com tão limitado espaço de propaganda.

2 – O PPS, PARTIDO coligado, tem compromisso com o candidato José Serra, enquanto o seu PR fechou posição em favor de Dilma Rousseff. Ambos só têm a perder, caso se omitam, por conveniência local, sobre a disputa nacional.

3 – O PREFEITO vai iniciar sua campanha devendo explicações: quantos eleitores de Maracanaú teriam votado nele para prefeito, caso soubessem que renunciaria às suas obrigações com ainda ¾ do mandato a cumprir?

4 – MOSTRA-SE desinteressado em construir um discurso consistente de oposição. Omite-se diante de temas relevantes em debate no âmbito da ação do governo estadual. Oposição sem posição é uma contradição em termos.

ESSE QUADRO, desalentador, leva alguns a duvidar do caráter espontâneo de apelos públicos para que o prefeito permaneça no cargo, vendo aí um factóide estimulado pelo próprio candidato. Desistência à vista? A ver.

O convite, sim. O cargo, não.

O SENADOR Tasso Jereissati saiu daqui falando uma coisa e voltou do encontro de Minas Gerais dizendo outra: não está mais “à disposição do partido” para ocupar a vice na chapa do presidenciável José Serra.
NÃO É BEM assim. Em primeiro lugar, ele não foi convidado. Houve, ainda, fortes reações ao seu nome no comando do DEM, aliado dos tucanos – e, nos dias de hoje, pouca coisa pode ser mais vexatória do que um veto do DEM.

DE SOBRA, o próprio Serra andou se queixando das cobranças que recebeu do senador cearense. A verdade é que os dois não se toleram. E vice-versa. Talvez Tasso não deseje mesmo o cargo. Mas gostaria de ter sido convidado.

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.

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