terça-feira, 23 de março de 2010

"Ciro sob pressão, à flor da pele, atira no pé."

ATÉ PARECE um reflexo compulsivo, subconsciente e autodestrutivo. A entrevista dada por Ciro Gomes à rádio Eldorado, de São Paulo, repercutiu como um ato de nuances anormais. Pegou mal. Muito mal.

ATÉ AÍ, NADA de novo: é o velho Ciro que num programa de rádio chamou um eleitor de burro, no ar, e disse, dias depois, que o papel da sua mulher na campanha – uma pessoa que todo o país admira – era dormir com ele.

DISSE, AGORA, numa tentativa de justificar seu injustificável, pífio desempenho parlamentar, que não encontrou condições de “fazer nada pela vida de ninguém” no congresso, um lugar, segundo ele, “de conversa fiada”.

CONVERSA FIADA? Ora, do que se queixa: é uma especialidade sua! Ali, muitos projetos foram aprovados desde que ele assumiu mandato – nenhum de iniciativa dele. Apesar de tudo, o país estaria pior sem vida parlamentar.

SE NADA FEZ, talvez seja porque tenha lhe faltado paciência, interesse ou empenho – ou tudo junto, como lembrou o blog do Noblat – que são atributos básicos para quem se oferece à confiança do país para uma presidência.

EM SEGUIDA, atacou, de modo gratuito, as principais lideranças do PT paulista, maior diretório do partido, que lhe ofereceu apoio a uma candidatura para o governo de um estado que sedia 38% do PIB nacional.

CIRO NUTRIA expectativas maiores – a cessão de um punhado de pequenas siglas para apoiá-lo numa candidatura alternativa do governismo. Aceitou, até, sacrificar a legitimidade do mandato: transferiu o título para São Paulo.

E, AQUI, É preciso dizer: o presidente Lula foi leal a ele, pois esvaziou com bastante antecedência sua expectativa de contar com apoio das pequenas legendas. Logo, contrariado, sim, mas ludibriado, ele não foi.
MAS O FATO de não ter sido contemplado na medida esperada não torna menos relevante o espaço oferecido e a exigência de uma postura pública recíproca, compatível com o esforço demonstrado pelos aliados em mantê-lo próximo.

O DEPUTADO parece ter se sentido atacado em sua autoestima por atos de natureza política, e não pessoal, como os que adotou o presidente Lula como desdobramentos naturais de uma estratégia eleitoral de candidatura única.

AINDA QUE estejamos errados, todos que assim avaliam suas declarações recentes, prevalece sobre a nossa visão, e a dele, a percepção de que Ciro não demonstra condições emocionais suficientes para sustentar suas ambições.

ENFIM, DEU nos nervos. Ciro Gomes perdeu, fácil, a dimensão das coisas, uma vez mais, e agora corre o risco de descer do trem com uma bagagem menor do que a que trazia quando embarcou. Alguma novidade?

CIRO: sob pressão, o de sempre.

Mais feijão não é igual a menos bala

HÁ UMA FORTE dissonância, relativa aos números que indicam aumento vertical nos índices de violência e criminalidade durante os anos de governo de Hugo Chávez na Venezuela.

É SABIDO, NEM os inimigos tentam ignorar o fato, que, na “era bolivariana”, aquele país obteve os melhores resultados na redução do quadro de pobreza em toda sua história – daí, a base social de sustentação do Chavismo.

OS NÚMEROS diferem – mais agudos lá, quanto ao crime – mas o mesmo ocorre no Brasil: o resgate social empreendido pelo governo Lula não foi capaz de conter o aumento da violência, de força quase inercial.

LOGO, FOI, na América latina, a presença da esquerda no poder que tornou mais relativa uma argumentação clássica da própria esquerda, de que haveria uma vinculação quase automática entre a pobreza e a criminalidade. Assunto complexo, reclama reflexão quallificada. Agora vai?

Não me morda.

RECEBI DE um leitor mensagem veiculada no twitter de Oman Carneiro – uma espécie de “pitbull” do clã Ferreira Gomes – onde ele, depois de acrescentar ao meu currículo habilitação como “macumbeiro” e “vidente”, sugere aos seus seguidores que não leiam meus artigos: “Lixo neles!”

O QUE MAIS me divertiu foi que, embora me acuse de pretensões paranormais, seja ele quem se julgue com poderes para determinar o que as pessoas devem e não devem ler. Apesar das faculdades a mim atribuídas, ainda não tenho notoriedade para exercer tamanha influência.

OMAN, TAMBÉM tenho sido escoriado pelos seus adversários. Faço crítica e não oposição, mas sei de sua baixa tolerância ao contato com ambas.

Mensagens para Pauta Livre devem ser respondidas para este email ( pautalivre@ricardoalcantara.com.br)

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.




 


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