terça-feira, 12 de abril de 2011

"VIAGEM INTERNACIONAL - Dilma quer relação comercial mais justa e equilibrada"

A presidente Dilma Rousseff, acompanhada por quase 300 empresários brasileiros, recebeu flores de uma criança no Aeroporto de Pequim; ela passou o dia em reuniões
FOTOS: REUTERS
Líder brasileira chega à China, onde deve assinar acordos nos campos da tecnologia, defesa, agricultura, energia

Pequim. A presidente brasileira Dilma Rousseff iniciou, ontem, uma visita à China. Ela chegou a Pequim e passou o dia em reuniões, no elegante hotel Saint Regis Beijing. Ela está preocupada com o comunicado conjunto a ser lançado pela 3ª Cúpula dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China e que integrará a África do Sul no próximo dia 14, em encontro na cidade de Sanya. Motivo: até agora não houve acordo em relação à posição do grupo para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Dilma vai pedir ao presidente da China, Hu Jintao, reciprocidade nas parcerias e cobrar uma relação comercial mais justa e equilibrada.

No primeiro encontro de Dilma em Pequim, o presidente da empresa de telecomunicações da Huawei, Ren Zhengfei, informou que a empresa quer abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento de até US$ 350 milhões na região de Campinas (SP). Ren disse ainda que fará a doação de equipamentos de computação avaliados em US$ 50 milhões para universidades brasileiras e presenteou Dilma com um quadro de pandas.

Acompanhada por quase 300 empresários de todos os setores, na visita mais importante que realiza ao exterior desde que assumiu seu mandato, a líder brasileira encerrará o Seminário Empresaria Brasil-China, que tem como lema "mais além da complementaridade".

Hoje, ela dedicará a tarde a seus anfitriões: um encontro com seu colega, Hu Jintao, a assinatura de acordos nos campos da tecnologia, defesa, agricultura, energia, telecomunicações e eletrônica, e um banquete oficial oferecido pelo chefe de Estado em sua homenagem figuram em sua pesada agenda.

Amanhã, prosseguirá com sua visita ao mercado mais importante do planeta (1,3 bilhão de habitantes) com reuniões com o primeiro-ministro Wen Jiabao e o presidente da Assembleia Nacional Wu Bangguo.

A China se converteu no maior sócio comercial do Brasil, com um intercâmbio de 56 bilhões de dólares em 2010, 52,7% a mais que em 2009. O saldo comercial favoreceu o Brasil, que vende principalmente soja e minério de ferro, com mais de cinco bilhões de dólares no ano passado.

Mas neste primeiro trimestre do ano, os intercâmbios favorecem Pequim, que joga com a vantagem de uma moeda voluntariamente valorizada, com 7,19 bilhões, frente aos 7,14 bilhões vendidos pelo Brasil.

Na quinta-feira, Dilma participará na turística Sanya, na Ilha de Hainan, na 3ª Cúpula dos Brics, que, entre 2003 e 2010, responderam por 40% do crescimento do PIB mundial e, em 2015, a soma de suas economias superará a dos EUA, segundo um grupo de reflexão chinês.

QUESTÃO DELICADA
Presidente deve abordar direitos humanos

Pequim. Ao conversar com o presidente chinês, Hu Jintao, a presidenta Dilma Rousseff deve relacionar os pontos comuns entre Brasil e China. Porém, de acordo com assessores, ela não pretende excluir do diálogo questões como o tratamento dispensado pelos chineses aos direitos humanos.

Para assessores que preparam a visita de Dilma, não haverá constrangimento na conversa, pois no começo do ano, quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu-se com Hu Jintao, o assunto foi discutido. A defesa de direitos humanos deve ser um discurso constante de Dilma, de acordo com assessores.

Em oportunidades distintas, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reiterou que a preservação e a defesa dos direitos humanos é a base dos princípios, defendidos pelo governo brasileiro, e que não se trata de uma questão sobre um ou outro país, mas de ordem mundial.

Em janeiro, na Casa Branca, Obama recebeu Hu Jintao. Na conversa, Obama disse ter cobrado do presidente chinês ações na área de direitos humanos. Em resposta, Hu Jintao optou pelo tradicional discurso de que outros países não devem interferir nos assuntos internos da China.
FONTE-DN.

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