sexta-feira, 8 de abril de 2011

"CIDADE PETROLÍFERA - Rebeldes acusam Otan por ataque na Líbia"

Rebeldes são vistos na cidade de Ajdabiyan; general dos EUA diz que colizão deve “conhecer melhor” os insurgentes
FOTO: REUTERS

Bmbardeio mata cinco pessoas e fere 13, mas a Otan nega a autoria; Turquia pede cessar-fogo no país

Trípoli. Um ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atingiu um posto rebelde na Líbia próximo à cidade petrolífera de Brega, ontem, acusaram rebeldes líbios. Cinco pessoas morreram.

Foi a segunda vez em menos de uma semana que os rebeldes culparam a Otan de bombardear seus aliados por engano. Treze morreram em um ataque aéreo perto do mesmo local no último sábado.

"Foi um ataque da Otan contra nós. Estávamos perto de nossos veículos em Brega", afirmou o rebelde ferido Younes Jumaa.

"Estávamos ao lado de nossos tanques e a Otan atirou dois foguetes contra nós. A Otan é mentirosa. Eles estão ao lado de Kadafi", afirmou outro rebelde, Salem Mislat.

A Otan negou os ataques. "A Otan jamais teve a necessidade de organizar ataques aéreos nessa zona porque as forças leais líbias desse setor não chegam a ameaçar centros com população civil", afirma uma nota divulgada pela organização.

O general americano Carter Ham, que liderou a campanha aérea da coalizão antes de passar o comando à Otan, afirmou que há um impasse na Líbia. Segundo ele, os aliados não devem armar os rebeldes antes de "saber quem eles são". "Devemos entender melhor quem é a força de oposição", afirmou. Ham fez os comentários numa audiência no Senado. Provavelmente as declarações colocarão mais lenha no debate nos Estados Unidos sobre os próximos passos da missão na Líbia.

Ex-ministro foge
O ex-ministro da Energia da Líbia Omar Fathi Ben Shatwan afirmou que fugiu para a Europa do cerco da cidade de Misrata, num barco de pesca, e se uniu à oposição ao ditador Muammar Kadafi.

Ele acusou Kadafi e sua família de terem recebido comissões milionárias ilegais da indústria do petróleo e afirmou que existe um tesouro "escondido".

Para Shatwan, outros membros do regime querem abandonar o ditador, mas têm medo. "Nenhum ministro apoia o regime", afirmou, depois de prometer que ajudará a oposição "com todos os meios ao alcance".

Após uma travessia de 20 horas na embarcação, o ex-ministro líbio chegou secretamente a Malta na sexta-feira passada.

Apelo
O governo da Turquia pediu, ontem, a Kadafi que pare de sitiar cidades rebeladas e retire suas tropas. O país tenta negociar, há alguns dias, um cessar-fogo entre o ditador e os insurgentes líbios.

"Um cessar-fogo verdadeiro precisa entrar em vigor imediatamente e as unidades militares de Kadafi precisam remover o cerco a algumas cidades", afirmou o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan.

O líder não especificou quais cidades estariam nessa situação. Ele também pediu a abertura de "corredores humanitários seguros" para permitir a entrega de auxílio ao povo líbio. "Um processo de transformação democrática deveria começar imediatamente", disse.

FONTE: DN.

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