terça-feira, 12 de abril de 2011

"FIM DO IMPASSE - Gbagbo é preso na Costa do Marfim"

Laurent Gbagbo, ao lado de sua mulher, Simone, no momento da prisão. Ele se negava a deixar a presidência
FOTO: REUTERS
Tropas francesas invadiram o bunker onde o ex-presidente estava escondido; ele e sua mulher serão julgados

Abidjã. O ex-presidente da Costado Marfim, Laurent Gbagbo, foi preso, ontem, depois que veículos blindados franceses invadiram o bunker da residência presidencial onde ele estava escondido e se recusava a deixar o poder. O opositor Alassane Ouattara venceu a última eleição e já desempenha as funções.

"Não me mate!", teria dito Gbagbo ao ser preso. Depois, ele pediu que as tropas leais a ele que "parassem com as armas". A mulher dele, Simone, também foi presa. Eles foram levados ao quartel-general de Ouattara.

A rede de televisão TCI, leal ao presidente eleito, transmitiu as imagens da prisão. O vídeo mostrava Gbagbo sentado em uma cama ao lado de Simone e rodeado de homens não identificados. Um dos homens o ajuda a retirar a camisa, seu filho lhe estende uma toalha branca com a qual enxuga seu rosto de suor, depois o ajuda a vestir outra camisa de cor verde, com motivos africanos.

´Nova era´
Em pronunciamento ao vivo na TV estatal, Ouattara afirmou que a Costa do Marfim "virou a página e vive uma nova era de esperança". Ele ainda anunciou que ordenou à Justiça que investigasse Gbagbo e Simone.

Dirigindo-se à população, o líder democraticamente eleito pediu calma e disse que combates e atos de vingança devem ser evitados. Ouattara também ordenou um cessar-fogo.

Além disso, o presidente declarou que determinou a abertura de uma "Comissão de Verdade e Reconciliação" para apurar denúncias de massacres e violência do antigo regime e dos confrontos entre governistas e oposicionistas.

A atual crise marfinense começou depois do segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de novembro, quando Gbagbo, presidente da Costa do Marfim desde 2000, se negou a admitir sua derrota frente a Ouattara e a ceder o poder, apesar do forte pressão internacional para que deixe a presidência.

Tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) e da França foram ao país com o objetivo de proteger os civis.

Repercussão
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou a prisão de Gbagbo instou "todas as milícias" a deixar as armas. Ele ainda agradeceu à ONU e à França.

Já a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, afirmou que a detenção do marfinense é um "forte recado aos ditadores da África no sentido de que não deveriam ignorar as vozes de seus povos, que pedem eleições livres e justas".

Hillary também elogiou "o governo da França e outros membros da comunidade internacional", que trabalharam e para garantir a segurança.
FONTE: DN.

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