quinta-feira, 28 de abril de 2011

"guerra na líbia - Mortos podem chegar a 30 mil, dizem os EUA"


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Civis lutam contra os insurgentes do governo; jornal espanhol acusou o regime líbio de enviar pelo menos 121 adolescentes entre 15 e 17 anos para a frente de batalha
FOTO: REUTERS
conflito, número de vítimas ainda é incerto; Otan barra ataque de Muammar Kadafi

Trípoli. Após mais de dois meses de violência, o número de mortos na Líbia pode chegar a 30 mil, afirmou, ontem, o embaixador norte-americano em Trípoli, Gene Cretz.

Segundo ele, é muito difícil calcular quantas pessoas morreram durante a repressão do ditador Muammar Kadafi contra os manifestantes e nas lutas entre forças insurgentes e do governo. Ele acrescentou, porém, que autoridades norte-americanas consideram números que vão de 10 mil a 30 mil mortos.

"Não teremos consciência da escala do que está acontecendo até que termine", afirmou Cretz. Ele também descreveu o Conselho Nacional de Transição líbio, sediado em Benghazi, como um "corpo político que vale a pena apoiar", dando a entender que os Estados Unidos podem dar mais assistência ao grupo. No entanto, o embaixador não chegou a dizer que o governo americano vai reconhecer o conselho como o governo legítimo da Líbia, como fizeram a França e a Itália.

Otan

Ontem, jatos de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) atacaram as forças de Kadafi que tentavam avançar sobre a cidade de Misrata, dominada por rebeldes. O bombardeio da aliança matou 12 insurgentes por engano.

A batalha pela cidade tornou-se um importante episódio no levante contra o regime, pois seu porto serve como rota para os insurgentes. Os rebeldes afirmam que expulsaram os soldados de Kadafi de Misrata.

Também ontem, a Otan anunciou que vai estabelecer um posto civil da organização na cidade de Benghazi, no leste líbio, em um esforço para ampliar os contatos políticos com a oposição. O representante deve ser um diplomata de algum país da Otan que já tenha representantes em Benghazi, principal cidade controlada pelos rebeldes.

Já o ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, declarou que o seu país enviará 12 caças e bombardeiros italianos para missões de ataque e logísticas da aliança.

Adolescentes na guerra

O jornal espanhol "El País" publicou, ontem, que Kadafi está enviando jovens estudantes, com idades entre 15 e 17 anos, para a frente de batalha contra os rebeldes.

Segundo a reportagem, documentos apreendidos com o general do Exército Mohamed Jafir, capturado há semanas, revelam que eles lutavam na Brigada 32, um dos grupamentos militares mais bem treinados e temidos pelos opositores líbios.

"Mandamos estudantes de nossa escola secundária ao chefe da brigada. 20 de março de 2011", diz um dos documentos enviados à brigada.

De acordo com a reportagem de um enviado especial à Líbia, Ahmed Mefré, o investigador da ONG de defesa de direitos humanos Alkarama, teve acesso aos documentos e enviou ao Tribunal Penal Internacional. Segundo ele, é impossível saber quantos adolescentes estão lutando. Há pelo menos 121 casos documentados. "Eles estudavam em escolas que também oferecem estudo militar. Isso não significa que possam combater, porque não completaram 18 anos", afirmou Mefré ao "El País"

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