terça-feira, 5 de julho de 2011

"MATERIA PUBLICADA NO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE"


Topete caído

Publicado em 5 de julho de 2011 
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O atacante já marcou 25 gols pela Seleção e tem duas Copas no currículo, mas não marca há um ano 
FOTO: REUTERS
Mesmo sendo um dos homens de confiança de Mano, Robinho pode ser o primeiro a pagar pela má atuação de domingo
O empate com a Venezuela foi apenas o primeiro jogo do Brasil na Copa América, mas o mau resultado fez o técnico Mano Menezes cogitar alterações na equipe. E, nesse cenário, o mais cotado para deixar o time é Robinho. A atuação apagada, a escassez de gols dele na Seleção e a predisposição do treinador em tentar implantar o sistema 4-2-3-1, com Paulo Henrique Ganso como o principal armador, colocam o jogador do Milan na berlinda e fazem dele o candidato a ir para o banco caso Mano cumpra a intenção de mexer no time para o segundo jogo - contra o Paraguai, no sábado.

"Vamos ajustar essa parte (criação e finalização) de modo que fique melhor. Se for preciso mudar, e os treinamentos mostrarem isso, podemos trocar uma peça para tentar que seja diferente. Mas também não vamos culpar a parte ofensiva, porque o ajuste final é coletivo", disse Mano Menezes.

São duas as possibilidades de mudança que Mano cogita. A primeira seria apenas a troca de um jogador, sem mudança tática. Nesse caso, Lucas entraria no lugar de Robinho para fazer a mesma função: atacar pelo lado do gramado, mas com a obrigação de voltar para recompor o meio de campo e ajudar na marcação - foi assim que jogou contra a Venezuela, justamente entrando no lugar de Robinho no segundo tempo.

A outra hipótese é a opção por Elano. O santista também teria a mesma incumbência, de jogar pela lateral e ajudar a marcar quando o time perder a bola.

Robinho não gostou de ser substituído na estreia. "Respeito quem está ali esperando a oportunidade, mas qualquer jogador não gosta de sair". A substituição de Robinho tem sido comum. Nos últimos três jogos, o atacante saiu antes do final. Apesar de ser um dos homens de confiança de Mano Menezes - só não foi chamado em uma convocação até agora - a fase dele não é a de um goleador, como nos tempos em que o Brasil tinha Dunga como técnico.

Jejum
Robinho tem 25 gols anotados pela Seleção. Mas ultimamente não tem conseguido ir à rede. O atacante participou de oito dos nove jogos que a Seleção fez sob o comando de Mano e não marcou nem uma vez sequer. A última vez que ele comemorou com a camisa do time nacional foi na Copa do Mundo. Foi dele o gol contra a Holanda, na derrota por 2 a 1, nas quartas de final do Mundial da África do Sul.

Robinho, com 87 aparições com a Seleção Brasileira, é um dos jogadores mais experientes do grupo de Mano Menezes.

ANÁLISESem equilíbrio não se vai a lugar algum
O setor defensivo do Brasil vai bem, muito bem. Aliás, continua bem. Já era consistente desde os tempos de Felipão, em 2002. Curiosamente, sempre com Lúcio. Saiu Juan, mas Thiago Silva tem mantido o nível. Aí dirão: Ah, mas a Venezuela não é parâmetro, inexiste ofensivamente! Não deixa de ser verdade. Mas os zagueiros brasileiros saíram-se bem contra adversários mais fortes, como França, Argentina e Holanda. Com a retaguarda, portanto, Mano Menezes não precisa quebrar a cabeça. O problema é justamente onde estão os fora-de-série. É quase um consenso a presença de Ganso, Pato e Neymar no time. Robinho, no entanto, não consegue se estabelecer na Seleção, em que pese as várias oportunidades. Talvez com Kaká recuperado, o quarteto ganhe mais consistência. Mas isso só mais na frente. A Copa América não pode esperar. Para agora, Mano tem três opções: coloca Elano e libera Ganso para jogar mais próximo dos atacantes; põe Lucas Silva - o que não acredito, pois ficaria um quarteto de "meninos" -; ou, por último, mantém Robinho e foca os treinamentos em posicionamento e movimentação.

Paulo César Norões
De Buenos Aires, Argentina

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