sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"alário dos professores - AL aprova mensagem apesar dos protestos"



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Presidente da assembleia, Roberto Cláudio, fará um levantamento de danos na Casa e tomará providências 
ALEX COSTA
 O projeto do Governo foi aprovado em regime de urgência, em pouco mais de 24 horas após sua leitura em plenário

A mensagem do Governo que cria nova tabela vencimental para os profissionais de nível médio do grupo ocupacional magistério da educação básica foi aprovada ontem, na Assembleia Legislativa, em clima de protesto, confusão e pancadaria. Apenas quatro deputados, Augustinho Moreira (PV), Heitor Férrer (PDT), Roberto Mesquita (PV) e Eliane Novais (PSB), votaram contra o projeto do Executivo, que desagradou os professores.

A matéria começou a tramitar na Assembleia quarta-feira, mesmo dia em que foi aprovada a urgência, diminuindo o tempo de tramitação do projeto. Ontem, em reunião conjunta das comissões, a proposta foi apreciada e votada, seguindo, então, para votação no plenário.

Do lado de fora, professores gritavam pedindo para que a mensagem não fosse votada. Eles não tiveram acesso às galerias do parlamento. No plenário, deputados da oposição criticaram a matéria e a não realização de audiência pública para debater o assunto, como a categoria havia pedido.

Professores e policias entraram em conflito. Pedaços de poltronas que seriam utilizadas no prédio novo da Assembleia foram atirados pelos manifestantes que queriam invadir o plenário. Um quadro que retratava as personalidades do Ceará, exposto no hall de entrada da Assembleia, também foi danificado.

O presidente da Assembleia, deputado estadual Roberto Cláudio (PSB), informou que, hoje, vai comunicar as medidas a serem tomadas contra as depredações sofridas pela Casa, informando que, primeiro, fará um levantamento dos danos.

Roberto Cláudio deixou claro respeitar os movimentos sociais e que a Assembleia continua sendo um espaço aberto, acessível e democrático de debate, porém entende haver um "fosso entre manifestação democrática e desrespeito institucional". "Nunca ira permitir desrespeito ao parlamento. Assistimos a atos de vandalismo, de depredação de obra de arte, de cadeiras, com a presença de armas brancas", relatou.

Depredações
O presidente não acredita que os atos de depredações tenham partido do comando de greve, acreditando haver pessoas "infiltradas" no movimento para confundir a opinião pública. "Nós não seremos reféns de autoritarismo em nome de qualquer sigla ou de qualquer causa",disse.

Para o deputado Augustinho Moreira, a categoria está esperando uma ação do Governo em relação ao Plano de Cargos e Carreiras, entendendo que a mensagem é "um pirulito na boca dos professores", pois beneficia apenas 270 profissionais da educação. Antes da matéria ser votada, o parlamentar pediu mais tempo para negociação. Ele chegou a se alterar quando seu microfone foi cortado ao terminar o tempo de sua fala, dizendo estar sendo desrespeitado como parlamentar.

O deputado que presidia a sessão, José Albuquerque (PSB), havia informado que já tinha disponibilizado mais tempo do que os 15 minutos previstos para a fala de Augustinho, deixando claro que a Casa deve respeitar o Regimento Interno.

O deputado Roberto Mesquita criticou o posicionamento do governador Cid Gomes perante a greve. Primeiro, apontou, quando disse que os professores tinham que trabalhar por amor, entendendo o parlamentar que Cid Gomes humilhou os profissionais colocando o salário da categoria em segundo plano. Ele também recriminou o fato do Governo não ter pedido a retirada da ilegalidade da greve. "O Ceará é o primeiro Estado em investimento e o quinto pior em remuneração dos professores", atestou.

Categoria
O líder do governo na Casa, Antônio Carlos (PT), lembrou que Cid Gomes recebeu os professores duas vezes, apesar da greve, e que o último encontro durou mais de quatro horas. Segundo o petista, o governador chegou a informar ao comando de greve que enviaria à Assembleia a mensagem direcionada ao nível médio, assegurando que o Governo cedeu em vários pontos reivindicados pela categoria. Já Carlomano Marques (PMDB), diz que Cid avançou nas negociações. 

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