O Promotor Luis Moreno Ocampo garantiu possuir elementos de prova sólidos contra o ditador Kadafi
FOTO: REUTERS
O promotor do TPI abriu uma investigação em março por crimes contra a humanidade, praticados na Líbia
Haia O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, pediu, ontem, uma ordem de prisão contra o ditador da Líbia Muammar Kadafi, seu filho, Seifal Islam, e o chefe dos serviços de inteligência líbios, Abdallah Al Senusi, por crimes contra a humanidade.
"Acreditamos que são os maiores responsáveis pela atual situação de conflito na Líbia", afirmou Luis Moreno Ocampo, três meses depois da explosão de uma revolta contra o regime de Kadafi
Os juízes do TPI podem decidir aceitar o pedido, rejeitar ou solicitar informações suplementares ao procurador.
O ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, saudou, ontem, o anúncio e pediu à comunidade internacional para "apoiar o Tribunal Penal Internacional em suas investigações" e "a todos os Estados-membros das Nações Unidas a cooperar plenamente".
"É justo o que se deve fazer", reagiu, por sua vez, o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
O promotor do TPI abriu uma investigação em 3 de março por crimes contra a humanidade, praticados na Líbia desde meados de fevereiro deste ano, contra oito personalidades do país, entre elas, Kadafi e três de seus filhos.
Desde então, seu gabinete efetuou 30 missões em 11 países. Foram examinados mais de 1.200 documentos, entre eles vídeos e fotografias. Também foram realizadas 50 entrevistas, em alguns casos com testemunhas oculares.
Não foram interrogadas testemunhas na Líbia para não colocá-las em perigo.
Uma equipe de cinco membros do gabinete do procurador concluiu, no último domingo (15), um expediente de 74 páginas, com cinco anexos, que contém os detalhes do relatório apresentado para pedir a emissão da ordem de prisão de Kadafi. "Temos elementos de prova sólidos", assegurou o procurador Ocampo.
Desde o início da rebelião na Líbia, em meados de fevereiro, milhares de pessoas morreram, acrescentou Moreno Ocampo. O TPI é a primeira corte permanente encarregada de processar os autores de crimes de guerra, de crimes contra a humanidade e de genocídio cometidos a partir de 2002.
FONTE: DN.
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