sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pessoa desiste: desfecho de uma quimera.


AQUILO QUE já se sabia, de fato aconteceu: o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, desistiu de renunciar a dois anos e oito meses de mandato e não se lançará mais candidato ao governo do estado pelo seu PR.

A PREMISSA era frágil demais para resultar em êxito: a candidatura dependia da adesão do PSDB de Tasso Jereissati e de outras siglas que gravitam em torno dos tucanos para se fazer viável. Jamais aconteceria.

CUSTA A CRER que um político descolado como Roberto Pessoa tenha se permitido tanta esperança, apesar de toda sua experiência: Tasso jamais apoiaria uma candidatura de oposição frontal ao aliado histórico Cid Gomes.

DESDE O início, os tucanos integram o governo. Têm cargos de confiança e sua bancada na assembléia é voto certo. Ainda que houvesse uma imposição das circunstâncias, o PSDB não abdicaria de lançar candidato próprio.

COM UM DOS seus, poderia conduzir o discurso de campanha de acordo com suas conveniências, oferecer palanque ao presidenciável José Serra e, ainda, projetar um nome do próprio partido para futuros embates eleitorais.

TANTO ASSIM, que, na perspectiva dos interesses tucanos, não havia sido construído nenhum argumento em favor da adesão deles ao candidato do PR. Se era só um apelo – reincidente – por “boa vontade”, falou aos surdos.

PESSOA NÃO parecia fazer semelhante leitura dos fatos. Miragens assim ocorrem com frequência quando se atravessa o deserto das ambições políticas. Mas é de onde menos se espera que não sai mesmo coisa alguma.

PESSOA: à espera de quem jamais viria.

“A gente somos inútil”



PESSOAS SÉRIAS demais para serem tratadas como “Vossa Excelência” – é como se sentem alguns deputados federais que se declaram sem suficiente entusiasmo para buscar um novo mandato nas eleições deste ano.

ALEGAM A vigência de um modelo que torna a representação parlamentar uma atividade pouco produtiva, mas reclamam, sobretudo, do alto custo das campanhas, cujo modelo de financiamento os expõe ao risco de escândalos.

A BANCADA dos desistentes é pluripartidária e representa todas as regiões do país. Nela, há alguns aliados do governo, mas também políticos de oposição. Parlamentares experientes e outros, ainda em primeiro mandato.

SÃO PESSOAS que retiram da lapela o broche do Congresso Nacional ao desembarcar nos aeroportos para não ouvir piadas e cansaram de ser apontados pelos colegas dos filhos, em portões de escolas, como ladrões.

SÃO, POIS, OS necessários, os que se despedem.

Seis por meia dúzia

O DEPUTADO Marcos Cals entregou ao governador o cargo de secretário de Justiça para cuidar de sua campanha. Cals pretende retornar à Assembleia Legislativa, onde já foi presidente.

TIRA, ASSIM, dos ombros, um fardo: o convívio cotidiano com “foras da lei”. Os que já estão presos, pelo menos.

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