Mubarak e seus filhos negam envolvimento no ataque a manifestantes

Mubarak e seus filhos negam envolvimento no ataque a manifestantes
Cairo, 3 ago (EFE).- O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e seus filhos, Alaa e Gamal, negaram nesta quarta-feira as acusações que recaem sobre eles de abuso de poder e envolvimento na morte dos manifestantes durante a Revolução de 25 de Janeiro.
'Nego todas as acusações', disse Mubarak, quem respondeu à pergunta do juiz Ahmed Refat pelo microfone e deitado em uma maca junto de seus filhos, que permaneceram de pé.
Alaa e Gamal, vestidos de branco e com um livro na mão, também se declararam inocentes e repetiram a mesma frase de seu pai.
O histórico julgamento representa a primeira aparição pública de Mubarak desde 10 de fevereiro, quando fez um discurso um dia antes de renunciar à Presidência do Egito após 18 dias de protestos.
O ex-mandatário e seus filhos podem enfrentar pena de morte se considerados culpados por planejar o ataque contra os participantes da revolta popular, na qual morreram mais de 850 pessoas.
Um membro da Promotoria egípcia leu as acusações contra Mubarak, entre elas, que o ex-presidente acordou com o ex-ministro do Interior Habib al-Adly, que também está sendo julgado nesta quarta-feira, o assassinato de manifestantes nos protestos pacíficos que explodiram em 25 de janeiro.
Segundo a Promotoria, Mubarak e Adly permitiram os policiais disparar contra os manifestantes e atropelá-los com seus veículos, e não utilizaram seus poderes para proibir estas ações.
Além disso, Mubarak como presidente do país, aceitou para ele e seus dois filhos cinco vilas e outras propriedades no valor de US$ 6,5 milhões do empresário Hussein Salem, detido na Espanha, em troca de ceder terrenos privilegiados na localidade de Sharm el-Sheikh.
Outra das acusações que recaem sobre ele é a do suposto acordo com o ex-ministro de Petróleo Sameh Fahmi sobre a venda de gás a Israel, por um preço inferior ao valor real no mercado, por meio de uma companhia de Salem, que é julgado à revelia.
O comparecimento de Mubarak diante do tribunal despertou dúvidas até o último momento, devido a seu delicado estado de saúde.
O ex-mandatário estava internado em um hospital de Sharm el-Sheikh sob detenção cautelar desde que sofreu ataque cardíaco durante um dos interrogatórios judiciais 12 de abril.
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