sábado, 26 de junho de 2010

"MANSIDÃO ABENÇOADA"

Recanto encantador de Barroquinha, Bitupitá mantém modos de paraíso de tranquilidade na vila e à beira-mar.

A pressa é inimiga da perfeição, diz o velho ditado. Mas, o que isso tem a ver com Bitupitá? É simples de explicar. Na praia do extremo litoral Oeste do Ceará, a vida passa lentamente e o melhor relógio é a maré. Homem e natureza se harmonizam numa celebração à existência. Por isso, a praia é sinônimo de pequeno paraíso. Os nativos são poucos e usufruem do privilégio da morada de paz e fartura. Os visitantes chegam aos poucos e se entregam à quietude da natureza em festa.

Longas caminhadas permitem a descoberta das modestas e coloridas construções da vila de Bitupitá, onde todos os caminhos levam à beira-mar. Um farol branco no alto de uma duna transformou-se num dos símbolos do destino e orienta os intrépidos pescadores rumo ao caminho de casa.

A beira-mar é o palco do maior espetáculo do lugar: a chegada das canoas de velas de três punhos vindas dos currais de peixes instalados até 20 quilômetros mar adentro. A pesca é fértil e a fartura impressiona. As embarcações chegam sempre carregadas. Tem camurupim, cioba, guarajuba, serra, bonito, peixe-espada, arraia, cação (tubarão martelo), ariacó, cavala, palombeta, xaréu, lagosta, sardinha e outras tantas ramas de peixes.

O cenário é de festa na praia. O comércio é intenso e feito ainda com o pescado nas canoas ou em carrinhos de mão. Os preços são bem em conta e vale também troca-troca de ramas. Sorrisos atestam bons negócios. Mas, a alegria maior é dos pescadores, que sustentam-se a bater mourões em alto-mar, com até 13 metros de fundura, para fixar os currais de peixes e, então, colher cardumes.

Depois, está de volta a calmaria. É hora de mais passeios, seja no mar, nas alvas dunas, nos manguezais, junto aos coqueirais. O vento sopra constante e, por vezes, altera os caminhos de areia, mas não há porque se perturbar. Dá-se um jeito. Não há quem não conheça atalhos em Bitupitá. O refrescante banho de mar nas águas mornas da praia complementa a presença prazerosa em Bitupitá e energiza o corpo para novas descobertas, como conhecer o bonito artesanato local, onde se destacam a renda de labirinto e miniaturas de jangadas.

Mas, há quem prefira ficar na praia mesmo, aproveitando para longos bate-papos com os nativos à sombra de barracas de palha a espera do espetáculo do pôr do sol emoldurado pelos verdes mares. Canoas de vários tamanhos e cores espalhadas pela areia e varais de peixes expostos para secar, bastante comuns em Bitupitá, servem de ornato durante a contemplação. FONTE: DN

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