segunda-feira, 17 de maio de 2010

"A candidatura antieleitoral de Eunício Oliveira."

A candidatura ao senado de Eunício Oliveira, embora já definida desde 2006 – tempo suficiente para se firmar – ainda tem como pré-condição para seu êxito a eliminação de qualquer possibilidade de disputa. É 100% ‘cartório’.

Quando manobra no sentido de retirar o petista José Pimentel do páreo, Eunício comete dois erros: evidencia sua maior fragilidade – a ausência de base popular – e chama para si a furiosa rejeição do eleitorado petista.

Eunício tem quase tudo: tem dinheiro, o apoio do governador, chefia um grande partido e integra a base de um governo popular. Mesmo assim, sua candidatura depende de muitos, e muito pouco de si mesma, para vencer.

A ele, que quase tudo tem, falta o essencial a quem pretende concorrer a um cargo majoritário: como o conceito matemático de ‘conjunto vazio’, falta a Eunício – e, infelizmente para ele, isso não se compra – um perfil político.

O perfil de um político se forma na percepção dos eleitores como conjunto de atributos subjetivos, adquiridos no transcurso da vida pública a partir do que se diz e faz – um soma de ideias, atos e modos forma seu estilo.

O perfil de um político é algo simples: trata-se daquilo que o eleitor é capaz de afirmar a seu respeito em duas ou três frases. Tasso Jereissati, seu concorrente mais forte, o tem de sobra. O cearense sabe na ponta da língua.

Quanto a José Pimentel, embora menos conhecido, o fator ‘militância’ o consolidará: foi o homem que criou o serviço de aposentadoria em trinta minutos. É pouco? Tem essa: é o ‘senador do Lula’. Pronto: perfil é isso.

Eunício Oliveira, por sua vez, o que ele é? Esta pergunta tem sido feita nas ruas pelas pesquisas que o candidato contrata. E são os resultados delas que o levam a tentar, a custos eleitorais elevados, tirar adversários da disputa.

Eis aí a nova Democracia, mais recente contribuição política do Ceará para o país: aos eleitores é garantido o irrestrito direito ao voto. O que ele não pode mais é escolher os candidatos.

EUNÍCIO: O problema são os eleitores...

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